sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Fumetti: Legs Weaver, La Vendetta Delle Dame Nere; Le Lune Di Waldur.
Antonio Serra, Simona Denna (1995). Legs Weaver #05: La Vendetta Delle Dame Nere. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..
As damas negras que tanta dor de cabeça deram a Legs Weaver na sua primeira aventura estão de regresso. Desta vez as suas incessantes experiências genéticas geraram autênticas harpias, agentes das suas nefandas intenções que raptam fetos de dragões e agentes secretos. Tornaram-se tão eficazes que as agentes biónicas que as precederam se tornaram obsoletas e decidem retirar-se da vida de crime, auxiliando Legs e os restantes agentes da agência alfa a encontrar o covil das damas negras. Muita acção neste episódio onde o ilustrador se divertiu a imaginar interiores futuristas quase decalcados do filme Alien, mas o humor caricatural exagerado diminui o impacto narrativo.
Antonio Serra, Antonella Plato (1995). Legs Weaver #06: Le Lune di Waldur. Milão: Sergio Bonelli Editore S.P.A..
Ó menina Legs, que pose combativa é essa? Que grande e afiada espada segura. E com essa torção da coluna vertebral aposto que o sorriso corajoso esconde fortíssimas dores de ossos. Já para não falar nos arranhões que a armadura favorecedora das formas certamente provoca na sua alva pele. O ar medievo da espada deve ser enganador, que com esses elegantes músculos só se for de carbono é que se aguenta com uma lâmina desse tamanho. A capa resume bem a bizarria deste mais estranho e divertido dos episódios das aventuras da agente futurista.
Legs Weaver é uma série que mistura géneros, oscilando entre o policial, ficção científica e o humor, e neste ainda conseguiram a proeza de se meter com a fantasia medievalista. Aliás, durante as primeiras páginas sentimos uma enorme dissonância cognitiva ao abrir um fumetti futurista e deparar com o mais puro exotismo de fantasia. Chega-se a pensar que os editores se fartaram da Legs futurista e optaram por uma variante das guerreiras bárbaras de passados imaginários. Mas não. A páginas tantas a história revela-se: uma sonda alienígena despenha-se na Terra e Legs é infectada por uma nanomáquina que lhe injecta as memórias gravadas de uma guerreira alienígena. Inconsciente, Legs revive as batalhas passadas de uma civilização antiquíssima num planeta exótico. Entretanto, May, a sua fiel e escultural companheira, luta para lhe salvar a vida, e para isso nada melhor do que transferir a sua consciência para um nano-robot e infiltrar-se no interior do corpo de Legs para combater a nanomáquina alienígena que se alojou no tronco encefálico.
Nesta aventura Antonio Serra consegue misturar a FC policial com fantasia épica decalcada de Red Sonja e um aceno muito pouco subtil ao Fantastic Voyage, com um nano-robot em vez de uma nave miniaturizada tripulada por heróicos exploradores das correntes sanguíneas. Visualmente o fumetti é esplendoroso. O exotismo fantasista alienígena e as paisagens do interior do corpo dão ao ilustrador Antonella Plato uma excelente desculpa para criar ilustrações deslumbrantes, levemente sensuais e cheias de detalhes imaginativos por onde o olhar se perde.