quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Doctor Who: The Nameless City
Michael Scott (2013). Doctor Who: The Nameless City. Londres: Puffin.
Poderia uma mistura entre horror lovecraftiano e excentricidade whoviana resultar? Talvez, mas para isso seria necessário alguém mais talentoso do que o escritor encarregue do terceiro volume da colecção que celebra os onze Doctor Who. Neste uma elaborada armadilha na Londres vitoriana coloca nas mãos do Doutor o infame necronomicon, cujo poder permite a uma Tardis avariada viajar no tempo e espaço até ao planeta dos Archons, raça arquetípica exterminada pelos senhores do tempo e cujos sobreviventes pretendem reescrever o passado para poder dominar o universo. Para isso precisam de uma Tardis, mas no último momento o engenho do Doutor impede-as de regressar ao passado e levar a cabo os seus nefandos planos. Estas criaturas de pesadelo são directamente inspiradas nos grandes anciães de Lovecraft, sendo a mais poderosa um clone descarado de uma certa divindade tentacular adormecida sob os oceanos cujo nome não deve ser pronunciado. O conceito é prometedor, mas a narrativa apressada e pouco inspirada não o leva onde poderia. E talvez, por questões de propriedade intelectual, legalmente não poderia ir muito mais longe do que onde foi.