sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Ultimate Galactus
Warren Ellis, Trevor Hairsine (2006). Ultimate Galactus: Nightmare. Nova Iorque: Marvel Comics.
São precisos três longos capítulos para Warren Ellis dar a volta ao icónico Galactus. A criatura criada por Jack Kirby, força natural do universo encarnada no devorador de mundos, é metódica e impacavelmente recriada por Ellis. Neste primeiro capítulo a explosão de Tunguska ganha uma nova vertente. Impactos psíquicos e um ataque de terror mediático que provoca suicídios em massa são investigados paralelamente por um grupo de vingadores e outro de X-Men. Na tradição da Marvel há mau sangue entre os grupos mas, ao contrário do habitual, a coisa não degenera em batalha campal. Talvez porque debaixo da cratera de Tunguska deparam com um segredo aterrador. Num complexo militar abandonado encontram-se experiências falhadas de criação de super-soldados combinando tecnologia alienígena e soldados russos. A tecnologia vem de um andróide auto-regenerável que está aprisionado e que ao chegar à Terra provocou a explosão massiva que tanto inspira os que se dedicam aos mistérios da história. O andróide é uma recriação de Visão, uma máquina criada para atravessar as estrelas e avisar os potenciais alvos de Galactus da sua destruição iminente.
Warren Ellis, Tom Raney (2006). Ultimate Galactus: Secret. Nova Iorque: Marvel Comics.
Ellis diverte-se em grande estilo de ficção científica. Avisados da ameaça da entidade Galactus, os heróis terrestres combinam os esforços da Shield, Vingadores e Quarteto Fantástico para experimentar novas formas e propulsão de naves espaciais. O espaçoporto dos testes é invadido por uma ameaça invisível travada graças aos esforços de um outro herói, um observador alienígena que se apaixona pelos nativos e decide trair as suas ordens. O kree conhecido como Marh Vell lidera os restantes heróis numa missão a uma nave de combate Kree em órbita terrestre para roubar as bases de dados que contém um dos segredos mais bem guardados do univero: o pouco que se sabe sobre a entidade destruidora conhecida como GahLacTus. O estilo narrativo e visual é optimista e luminoso, trazendo reminiscências da aventura pura e dos clássicos da FC onde um grupo de personagens vive grandiosas aventuras no espaço.
Warren Elllis, Brandon Peterson (2006). Ultimate Galactus: Extinction. Nova Iorque: Marvel Comics.
Só Warren Ellis é que reinventaria Galactus como um swarm de máquinas de von neumann cuja inteliência artificial combinada é alérgica à vida inteligente, que vão de planeta em planeta para os consumir. Este é o final apocalíptico da trilogia. Os heróis trabalham sem parar para salvar a humanidade e criam uma arma única, cuja capacidade de destruição massiva a poderá tornar um perigo para a própria humanidade. A entidade conhecida por GahLacTus aproxima-se e a sua simples proximidade provoca tumultos gravíticos. Entretanto uma misteriosa entidade prateada influencia cultos sexuais suicidas (pois, só Ellis para meter uma destas dentro de um comic da Marvel). A catástrofe final é evitada por uma combinação de disparo de arma poderosa com um ataque mental levado a cabo pelo Professor Xavier que não elimina Galactus mas assusta-o o suficiente para deixar a Terra em paz. Ellis reinventa da sua forma tão própria um dos mais clássicos ícones da Marvel, personagem persistente do Quarteto Fantástico. E fá-lo com o seu pulso especial na modernidade. Sondas de Von Neumann inteligentes? Isso é de facto uma das teorias para exploração e colonização especial, que Ellis combina com o conceito de inteligência artificial hostil.