Poucos minutos depois um dos primeiros comentários assinalava que a notícia já tinha dois anos. Grande ooops, pensei. É o que dá ler uma frase e não o resto do texto.
Ao longo do dia fui assistindo à notícia a replicar-se ao longo dos meus contactos. E assumo que não fui caso único. É estarrecedor ver como muitos simplesmente partilham informação sem ler o que estão a partilhar...
Este fait divers dá que pensar. Primeiro, na memória curta que temos numa era de informação instantânea. O caso tocante de há dois anos foi totalmente esquecido. O que marcou hoje amanhã já nem se regista na memória. Segundo, na forma como é fácil espalhar informação falsa. Mesmo que se vá tentando dizer que afinal as coisas não são bem assim, o mal já foi feito. E as palavras replicam-se. Terceiro, na nossa atitude perante a informação: lida de relance, partilhada sem sentido crítico. Diz-se que vivemos na era da informação. Depois desta experiência, fiquei a sentir que vivemos na era da informação superficial. Apanhados na rede da velocidade informativa incessante, esquecemos as mais elementares competências para lidar com informação: atenção e sentido crítico. No rodopio da velocidade o que está à volta torna-se um borrão.
Há lições a tirar deste pequeno acontecimento. A minha primeira? Voltar a aprender a ler.