sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
The Strain
Guillermo Del Toro, Chuck Hogan (2009). The Strain. Nova Iorque: HarperCollins
Reagindo à tendência da moda para representar vampiros como seres românticos e torturados, Del Toro e Hogan atiraram-se a esta obra que procura reinventar a imagem da criatura mais mediática do género de horror. O resultado é... intrigante.
O tratamento dado pelos autores às criaturas revisita a violência do Drácula de Stoker, a visceralidade dos vampiros de Necroscope de Lumley e o maquiavelismo de Lord Ruthven de Polidori, misturado com uma saudável dose de pseudo-ciência que os revisita como epidemias virais. Infelizmente, o lado interessante do livro fica-se por aqui. O resto é uma narrativa repetitiva onde dois médicos ligados ao centro de controlo de doenças americano, um caçador de vampiros fortemente inspirado em Van Helsing (o original, não a imitação holliwoodesca) e um exterminador de ratos se unem para combater uma pandemia vampírica que assola Nova Iorque.
O estilo literário oscila entre o thriller e a linguagem cinematográfica, com a obra a construir-se a partir de múltiplas vinhetas representativas dos diversos pontos de vista de muitas personagens. O enredo arrasta-se, com algumas inconsistências e linhas narrativas que não vão dar a lado nenhum, e o final do livro é demasiado abrupto. The Strain vale essencialmente pela novidade do conceito.