EVT, digital ou tradicional? Ao longo dos meses em que decorreu este trabalho, foi feito um esforço constante de integração do computador na sala de aula e numa disciplina de carácter artístico tentando equilibrar meios digitais e tradicionais. A estrutura aberta do programa da disciplina, prevendo diferentes experiências de aprendizagem sem dar primazia a experiências específicas, presta-se a abordagens flexíveis. O Currículo Nacional do Ensino Básico para as áreas artísticas sublinha este aspecto, referindo que os diferentes contéudos a desenvolver “não pressupõem uma abordagem sequencial” e que o desenvolvimento curricular deve contemplar uma selecção de meios de expressão “diversificada”, permitindo “múltilplas abordagens estético-pedagógicas” (2001, p. 161) ao longo do percurso escolar. Privilegiar um meio de expressão sobre outros reduz a gama de experiências disponibilizada aos alunos, empobrecendo a sua aprendizagem. Embora tenhamos ao longo deste trabalho defendido uma utilização do computador enquanto meio de expressão necessariamente intensiva, pela complexidade da proposta, tentámos manter uma diversidade de experiências plásticas propondo aos alunos a utilização de outros meios de expressão em experiências de aprendizagem relacionadas com as que requeriam o uso do computador. As excepções foram na abordagem ao Bryce 5.5, que sentimos como mais estéril precisamente por essa falta de diversidade estético-pedagógica, e ao Vivaty Studio, onde o trabalho complexo de integração exigiu a concentração e cooperação de todos os elementos dos grupos numa mesma tarefa.
Defendendo uma mais alargada utilização de meios digitais, não defendemos a sua primazia perante outros meios. Consideramos importante o desenvolvimento de experiências que demonstrem a viabilidade do adicionar meios de expressão digitais à panóplia de meios e técnicas artísticas ao dispor dos alunos, para uma aprendizagem globalmente mais rica e valorizadora das capacidades do individuo.