Dan Fox (2018). Limbo. Londres: Fitzcarraldo Editions.
Este livro é o que acontece quando um escritor não é capaz de escrever um livro, acometido por uma branca mental. Dan Fox queria escrever um livro de viagens, mas sem ser capaz, acaba por se deixar ruminar sobre os estados de suspensão. Sobre limbos, sobre estados de transiência, num longo ensaio que oscila entre a erudição, o intensamente pessoal, e o não lugar do banal.
Fox fala de limbos, entre os religiosos, mas também dos banais do dia a dia quotidiano, ou dos momentos em que sentimos a vida em suspenso. Intersecta com algumas das suas experiências pessoais como viajante, e com as memórias do irmão, que recusa a previsibilidade da vida de classe média britânica e trabalha nos sete mares, sempre à procura de novos navios e destinos. Uma leitura deliciosa, por vezes tocante, por vezes erudita, que no fundo se resume a ser um livro sobre os pequenos e grandes nadas que nos acometem a vida.