Séneca (1996). Tiestes. Lisboa: Verbo Editora.
Uma visão milenar, vinda da alta cultura da antiga Roma, sobre um dos mais violentos mitos gregos (o que é escolha difícil, ideias fofinhas não são a característica principal das narrativas da antiguidade clássica). Regressado ao reino do seu irmão Atreu, com o qual estava desavindo, Tiestes sente no irmão uma abertura para restabelecer relações cordiais. Mas, na verdade, este prepara uma vingança atroz, assassinando os filhos de Tiestes, e dando-os de comer ao pai num banquete em que este não desconfia dos ingredientes. Malévolo para lá de todos os limites, no final do repasto, quando Tiestes chama pelos seus filhos, Atreu diz-lhe que estarão para sempre ao seu lado, e revela o macabro banquete. Numa tragédia, sabemos que os personagens estão condenados à partida, não há redenções ou finais felizes. Há os lamentos do coro, que nos recorda as lições de moral que podemos retirar da história.