terça-feira, 16 de novembro de 2021

Comics: X-Men: Dinastia X / Potências de X, Vol. 4; Titan; Shang-Chi: Earth's Mightiest Martial Artist


Jonathan Hickman, Pepe Larraz (2020) . X-Men: Dinastia X / Potências de X, Vol. 4. São Paulo: Panini.

Finaliza aqui o ambicioso arco narrativo com que Hickman renovou o universo X-Men. Uma visão ambiciosa, de mutantes unidos na nação soberana de Krakoa, ela também uma ilha mutante. Da sua interação com as nações humanas, simplificada pelos medicamentos miraculosos produzidos em Krakoa. Partem daí inúmeras linhas narrativas que estão agora a ser explorados nos diversos títulos derivados. Hickman plantou as sementes do fim desta renovação ao longo desta série, com pormenores de um futuro distante onde a humanidade está prestes a ser absorvida por singularidades inteligentes, e dos mutantes e seus triunfos apenas restam poucos vestígios. Pelo que consta nos rumores sobre a indústria, este potencial está a ser ignorado pela Marvel, que (é compreensível) prefere explorar esta nova encarnação dos X-Men ao máximo, colocando de lado os planos a médio prazo de Hickman.

François Vigneault (2017). Titan. Pow Pow.

Quando um novo gestor chega a uma colónia mineira em Titã, sabe que não tem uma tarefa fácil. As minas de hidrocarbonetos estão obsoletos, graças ao desenvolvimento de formas de energia mais limpa, e o gestor tem a triste tarefa de manter a refinaria lucrativa sabendo que está condenada a curto prazo. Mas o trabalho ainda lhe reserva novas surpresas, como a constante tensão entre os terrestres, administrativos e de segurança, e os trabalhadores das minas, humanos geneticamente modificados para serem mais altos, encorpados e resistentes à baixa gravidade das luas do sistema solar. Pessoas que desprezam os terrestres normais, apesar de radicarem da mesma cultura. O resultad é um cadinho conspiratório que levará a uma guerra, e um amor inusitado entre duas pessoas saídas de mundos radicalmente diferentes e incompatíveis. Uma metáfora de ficção científica sobre racismo, relações laborais, direitos humanos, sede de poder, populismos e o impacto laboral do progresso tecnológico, desenhado num estilo gráfico muito interessante.

John Ostrander, et al (2021). Shang-Chi: Earth's Mightiest Martial Artist. Nova Iorque: Marvel. 

Um olhar para um personagem criado expressamente para aproveitar a vaga de popularidade dos filmes de kung fu nos anos 70. Shang Chi nunca foi dos personagens mais de primeira linha da Marvel, enbora tenha chegado a ter título próprio. Este volume colige histórias mais recentes, em que o mestre do Kung-Fu integra aventuras de outros personagens, como os X-Men ou os Heroes for Hire. Shang Chi é sempre representado como discreto, algo soturno, e imbatível, sem poderes mas com domínio perfeito das artes marciais.