Michael Lagace (2019). The Forever Maps. Scout Comics.
Um homem vive uma vida de quase imortalidade, consumido por uma busca imparável por mapas. Mapas sem destino específico, numa viagem sem fim, cada mapa conduz o homem a um outro mapa que o conduzirá ao mapa seguinte. Uma busca sem fim, que colide com a vida natural - este homem obcecado está condenado a viver, focado na sua singularidade, mantendo-se jovem enquanto abandona, desilude e vê morrer aqueles que ama. As obsessões como maldição, numa história com um curioso toque surreal.
Paul Levitz, Keith Giffen (2016). Legião dos Super-Heróis: Saga das Trevas Eternas. Levoir.
Um interessante mergulho na técnica e estética dos comics dos anos 80. Nesta aventura, os legionários, heróis do futuro que está 1000 anos para a frente da cronologia contemporânea da DC, vêem-se impotentes para travar uma ameaça desconhecida, cheia de mistérios e violência. No final, apercebem-se que estão a lutar contra Darkseid, que acordou no futuro, e só uma força contrária vinda do passado lhes dará forças para derrotar o poder deste semi-deus.
Ler isto é divertido, mas também uma boa oportunidade para comparar estéticas. Em termos narrativos, a clássica linearidade dos comics é quebrada por indícios visuais que, aos leitores mais conhecedores das personagens DC, fazem perceber o cerne do mistério mais cedo do que a leitores menos experientes. Mas é a nível gráfico que as diferenças entre os comics dos anos 80 e os de hoje se fazem sentir. Abundam as vinhetas com figuras humanas e fundos coloridos, são relativamente poucas as que também trabalham os cenários de fundo - geralmente, planos gerais. Algo que hoje é mais raro, com os ilustradores a dar tudo para encher o olho a cada vinheta.