quinta-feira, 9 de julho de 2020

The Book of Atrus


Rand Miller, Robyn Miller, David Wingrove. (1996). Myst #01: The Book of Atrus. Nova Iorque: Hyperion

O jovem Atrus vive uma existência solitária, nas fímbrias de um deserto, partilhando a casa com uma avó que lhe transmite bondade e sabedoria. Essa existência bucólica é interrompida quando o seu pai regressa, para o levar consigo como aprendiz. Este buscar restaurar a antiga sabedoria dos D'ni, construtores de mundos há muito desaparecidos, capazes de invocar realidades com palavras. Atrus aprende a criar mundos a partir de cuidadosas descrições, mas depressa se apercebe que o desejo do pai de recriar a sabedoria antiga é mais do que curiosidade, é sede de poder, de querer gerar mundos para ser proclamado o seu deus. A insatisfação de Atrus cresce na mesma medida que as suas capacidades de invocar realidades se desenolvem, e tudo desaba no mundo gerado de Riven, onde ajudado por uma jovem nativa, consuma a sua revolta contra a loucura do pai.

Myst é uma lenda no mundo dos videojogos dos anos 90, pela beleza estética que trouxe a um meio que não estava muito habituado a visuais esplendorosos. Mais do que um jogo de computador, foi um universo fantástico criado por dois irmãos americanos, que ganhou expressão em ilustrações e jogos de computador. Ou seja, este livro não é uma novelização, mas sim uma exploração do mundo ficcional. Esta variante literária não é muito bem sucedida, o livro é um lamaçal narrativo. Consegue invocar a iconografia fantasista do seu mundo ficcional, mas é uma leitura penosa.