Diego Agrimbau, Lucas Varela (2019). Human. Europe Comics.
Estamos num futuro longínquo, e uma cápsula espacial cai na Terra. Um planeta transformado, muito diferente daquela que, há meio milhão de anos atrás, era urbanizado. De dentro da cápsula saem androides, que eventualmente percebem que têm como missão reavivar um homem que os acompanhou. Um homem vindo do passado, cientista com um projeto bizarro. Ficar em suspensão de vida na órbita terrestre, e regressar à Terra num futuro longínquo. Chegado esse momento, procura a sua companheira de vida e de missão. Mas esta aterrou, por erro, algumas décadas antes. Dela só restam os seus robots, os registos que recolheu, e o cadáver. Enlouquecido, o homem embarca num grandioso projeto de restaurar a espécie humana, aparentemente extinta no futuro, recorrendo ao domínio violento e inseminação das criaturas antropóides que vivem no planeta, e que o homem julga serem macacos. O único travão será feito pelos robots, que se revoltam contra a crueldade do seu mestre. E que se apercebem que a humanidade não se extinguiu, realmente, apenas evoluiu, e tem de ser protegida deste homem vindo do passado
Um argumento quirky, suportado por um traço interessante. A Terra do futuro tem o seu quê de natural surreal, pintada numa paleta de laranjas que sublinha a diferença para com a noção que temos de algo natural. Uma história simples, sobre o melhor da humanidade, sua sede de conhecimento e capacidade de evolução, mas também sobre o seu pior, sobre hubris e sentimentos de superioridade.