John Maeda (2019). How to Speak Machine: Laws of Design for a Digital Age. Nova Iorque: Portfolio Penguin.
Um curioso manifesto de humanismo na computação. Maeda faz parte do corrente sistema do mundo, da economia das plataformas digitais, do otimismo Silicon Valley, do move fast and break things. Parte do livro dá-nos a sua percepção como as tecnologias digitais se tornaram a infraestrutura invisível da sociedade contemporânea. Advoga a importância de reconhecermos isso, de não deixarmos a compreensão das suas capacidades e potencialidades nas mãos de uma elite, mas de encontrar formas para que todos se apercebam da extensão da influência do digital. E, para isso, é preciso conhecimento e educação. Mais, é também necessário humanismo e atenção ao design, à clareza da informação. Maeda faz um manifesto calmo e positivista para a necessidade de nos apropriarmos das tecnologias digitais, em todas as suas vertentes. Não se trata de condicionar o pensamento ao mecanicismo induzido pela tecnologia, mas sim de a usar para nos tornarmos mais humanos. Só não consegui perceber se este livro é wishful thinking, manifesto de boas intenções ou discreto ato de contrição por parte de um membro da tecnoelite global.
