domingo, 5 de abril de 2020

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Ficção Científica


Dave Sim Paints Disney as Star Wars' Empire in May's Cerebus In Hell One-Shot: Ainda me estou a rir com esta piada aos comportamentos predatórios da Disney na cultura popular (engolem tudo o que podem) e comentário às suas atitudes sobre propriedade intelectual (há uma razão para as leis americanas que estendem os direitos de autor décadas muito além do razoável após a morte do criador se chamar leis Mickey Mouse). Provavelmente, o autor desta capa vai ser processado pela Disney.

URBAN MONSTERS – A Coloring Book: Vale logo pelos desenhos deliciosos. A associação Tentáculo está a colocar em crowdsourcing um livro para pintar sobre monstros. Trinta artistas ligados à ilustração, banda desenhada e animação juntaram os seus esforços para esta obra… monstruosa.


monsterman: Horror of Dracula (1958): Da iconografia clássica do horror.

Filhos do Rato. Luís Zhang e Fábio Veras (Comic Heart/G. Floy): É falha minha ainda não ter lido este livro. O estilo gráfico de Fábio Veras é dos mais interessantes nos novos ilustradores portugueses de BD, e o argumento de Luís Zhang atreve-se a tocar num assunto intocável, o da guerra colonial. Esta recensão no Ler BD sublinha que esta é uma leitura a não perder.



Robert Tinney: Notem o Altair 8800.

To Write About the Future Is to Represent the Past: A ficção científica como forma de ter um olhar crítico sobre a memória histórica. Geralmente olhamos para o género como focado exclusivamente nas possibilidades do futuro, mas este pode ter um importante papel na forma como redescobrimos e analisamos o passado.


Alan Gutierrez: Space Opera feudal.

Sabrina. Nick Drnaso (Granta): Pedro Moura analisa um dos grandes sucessos críticos da banda desenhada dos últimos tempos. Que tem edição portuguesa, e hei de ler. Eventualmente. Por vezes é preciso paciência para ler estes Comics meio pessoais meio literários americanos.


Cover art: Mel Hunter: Dois clássicos. O estilo, e a revista. A Fantasy and Science Fiction é um dos pulps clássicos que ainda hoje, a par da Asimov e da Analog, se mantém como um dos raros títulos periódicos dedicados à literatura de ficção científica.


地獄 - JIGOKU - (1960): Uma descoberta surpreendente, um filme de terror japonês realizado por Kaneto Shindo notável pela sua implacabilidade (ninguém sobrevive) e amoralidade (não há personagens inocentes). Termina com uma longa descida aos infernos, numa mitologia visual reminiscente do Hades greco-romano, mas a trazer de forma surreal para o ecrã os infernos budistas. A cópia que está no YouTube não tem a melhor qualidade, nota-se que o filme tinha originalmente uma paleta de cores saturadas e vibrantes similar à que Argento usou no seu magistral Suspiria.


Rallé: Tem mais do que um l.

Festival Contacto 2020 – Grande Auditório: Começam a ser conhecidos os detalhes do Festival Contacto, um encontro dedicado à ficção científica e fantástico que irá decorrer nos dias 17 e 18 de Abril na biblioteca de Marvila. No site da Imaginauta, podemos ficar a conhecer o programa do grande auditório.


Syd Mead: Um carro. Sem rodas. Porque é Syd Mead.

The Magus" de John Fowles: Fiquei com a sensação que o livro era mais exercício de estilo do que obra que provoque o leitor.

Guía de relecturas: 11 adaptaciones de libros de ciencia-ficción, terror y fantasía que llegarán al cine y la televisión en 2020: A adaptação de obras de ficção científica e fantástico a séries televisivas está em alta, e os produtores estão a ir buscar obras mais obscuras.


talesfromweirdland: Concept drawings by Hermann Warm for THE CABINET OF DR. CALIGARI (1920).: Dos mais assombrosos clássicos do cinema expressionista alemão.

Five SF Stories About Teleportation Systems Gone Awry: Uma boa lista de histórias sobre erros em teleportação. Aquela tecnologia que já existe no estado quântico, mas cuja versão Star Trek era a que fazia mesmo jeito para fugir ao trânsito. E como a ficção científica tem destas coisas, há uma frase no artigo que me deu um curioso insight sobre tecnologia e inovação: "One can hardly say “innovative transit technology” without the words “unexpected emergent property”". É extrapolável. Habituarmo-nos às propriedades emergentes inesperadas da inovação tecnológica tornou-se o novo normal nos nossos dias.


Rodney Matthews: Mundos do fantástico.

Tecnologia



Mike Hinge: ADN psicadélico.

A multiverse, not the metaverse: A visão dos espaços virtuais deve muito à iconografia dos escritores cyberpunk, com a ideia de universos virtuais partilhados. Talvez a visão de Neal Stephenson em Snow Crash, de um espaço tridimensional social habitado por avatares, se tenha tornado a bitola por detrás do conceito de mundo virtual, e não por acaso a influência estética por detrás de projetos como o Second Life. No nosso presente, mediado por tecnologia, em que é que ficámos? As nossas vidas digitais não se passam num metaverso único e comum a todos, mas sim numa diversidade de serviços, aplicações e redes sociais. Não um metaverso, mas um  multiverso disperso colado pela forma como o utilizamos.

is the future of social media decentralized and peer to peer?: Os prós e contras das redes sociais descentralizadas, talvez o futuro deste meio. Porque estamos a ficar cansados dos algoritmos maximizadores de lucros, à custa da qualidade do conteúdo e do discurso público. Bem como dos comportamentos predatórios das grandes redes sociais. Não que as instâncias sociais federadas não estejam isentas de problemas, a moderação de conteúdos é um deles. Outro é o alcance. Por definição, as instâncias são locais, e não há os mecanismos de divulgação de conteúdos a que as redes sociais já nos habituaram.

A Text Renaissance: Redes sociais, vídeos virais, o futuro da comunicação na rede global? O simples texto nunca desapareceu, bem como o espaço para raciocínios mais complexos do que os possíveis no espaço social ou no vídeo rápido. O meio textual tem evoluído, e começam a surgir alternativas avançadas ao Blog tradicional. Novas técnicas para websites, email como veículo de conteúdos. Para além de novos desafios de publicação, têm e possibilitam novos fatores económicos. E se isto vos parecer uma variante do discurso banal do fim iminente mas nunca concretizado das redes sociais, notem onde é que estão a ler estas linhas.

The Smallest Cell Phone Picture: O Hackaday detalha uma nova técnica que permite fazer fotografia microscópica de alta definição usando telemóveis. Mas não vão já às lojas procurar adaptadores físicos e instalar a app para isto. O software requer algoritmos GAN. No entanto, dada a competição entre marcas de telemóveis, não me surpreenderia se alguma pegasse neste processo para adicionar mais funções aos seus produtos.

Listen: The Sound Of The Hagia Sophia, More Than 500 Years Ago: A computação aplicada às ciências sociais dá nisto, com projetos impensáveis até há pouco. Recriar sonoridades de há meio milénio, ou fazer ouvir vocábulos de uma múmia. Ressalvando que são hipóteses, nunca saberemos mesmo ao que soavam os vocábulos egípcios ou os cânticos bizantinos em Santa Sofia, mas com técnicas de digital humanities podemos simular, e obter visões sensoriais aproximadas do que foi o passado.

Massive Hybrid Manufacturing Machine in Europe Pushes Boundaries of 3D Printing: A Autodesk descobriu o LASIMM, o projeto europeu que está a criar um processo de fabricação aditiva totalmente automatizado. Um projeto com  contribuição do IST, de que já falámos aqui.

PaintBot Does The Art For You: Querem aprender a criar um robot pintor? Este projeto aberto mostra como adaptar uma CNC para pintar com tintas, misturando  cores de acordo com a pintura. Já vi um destes na Maker Faire Galicia, são fascinantes. Essencialmente reproduzem pinturas, mas imaginem o que aconteceria se emparelhados com algoritmos de arte generativa, ou de criação de imagens usando GANs? O output do algoritmo generativo, ou o surrealismo da inteligência artificial, pintado a acrílico por uma máquina de pintura cujo braço simula o ato de pintar.

Las "casi compras" que podrían haber cambiado la historia de la tecnología: Alguns grandes E Ses da história da tecnologia. Podíamos ter um MyFacebook, se a então todo-poderosa My Space tivesse comprado uma na altura pequena rede social. Hoje, quem se lembra do MySpace? Este, e outros exemplos de como os serviços que usamos e se entranharam no nosso dia a dia, poderiam ter sido muito diferentes.

Faster Than Amazon: Deep Inside an Underground Robotic Grocery Store: Uma leitura fascinante, que nos mostra como funciona um centro de processamento de mercearia totalmente automatizado.

3D Printing of Body Parts Is Coming Fast—but Regulations Are Not Ready: É normal que a tecnologia avance mais rápido que as regulamentações, que precisam de se basear em algo mais que especulação. No caso da bioimpressão 3D, os problemas que levanta vão da óbvia segurança biomédica à propriedade intelectual. Confesso que nunca tinha pensado na possibilidade de um órgão biólogo bioimpresso ser essencialmente um produto, tal como um órgão artificial mecânico.

Instalar Windows 10 sin una cuenta de Microsoft es cada vez más difícil, pero hay un truco para lograrlo: Parte do meu dia a dia são tarefas de apoio técnico na minha escola, e graças a isso já deparei no terreno com esta irritante mania da Microsoft. Quando tenho de adquirir e preparar computadores para crianças abrangidas pelo ensino especial, já sei que vou perder um bom par de horas numa tarefa que devia ser simples, fazer o primeiro arranque do sistema, verificar atualizações e instalar as aplicações que a criança vai necessitar. Uma desnecessária perda de tempo é o que passo a ultrapassar todos os ecrãs em que a Microsoft me quer obrigar a usar uma conta deles, quando o que preciso é criar utilizadores locais. O Xataka ajuda, e mostra como. Já conhecia isto, mas suspeito que muitos de vós não conheçam.

Google addresses Huawei ban and warns customers not to sideload apps like Gmail and YouTube: Recentemente andei à procura de um novo telemóvel (porque conjugou-se uma cadela que gosta de perseguir gaivotas, uma maré a encher depressa, e um bolso traiçoeiro), e reparei no marketing agressivo que a Huawei está a fazer. Parece tentador, são máquinas avançadas a bons preços, mas na verdade é o canto de cisne da empresa, impedida de usar as tecnologias Google por embargo americano. Ou seja, aquele super telefone apetecível e barato? É tijolo daqui a uns meses, o que sublinha a nossa dependência da aplicações Google. A empresa clarificou recentemente o que vai acontecer no âmbito deste embargo à Huawei, que por muito que nos tente convencer do contrário, está acabada como player tecnológico fora da China.

The robot does the hard work. Can you still attain enlightenment?: Lida diretamente, esta história coloca-nos a pensar sobre o impacto da robótica na religião. O que é que é mais importante no processo de meditação budista? A contemplação do mandala, ou a sua elaboração? Usar um robô para desenhar um mandala soa a batota. Mas na verdade, a questão coloca-se desde que me lembro. Temos uma forte inclinação para a manualidade, pela mestria da mão, e quando se usam meios artificiais de criação, quer sejam digitais quer sejam mecânicos, há sempre o argumento de serem falsos e artificiais. Já se teve esta discussão nos primórdios da fotografia…

Artificial intelligence [What Think Tanks are thinking]: Pistas avançadas para compreender os impactos da Inteligência Artificial, cortesia do EPRS do parlamento europeu. Caveat lector: há aqui muitas horas de leitura.

Modernidade



mistons: “Thou Shall Not” is a staged photograph made in 1940…: Vamos lá provocar palpitações aos censores? O imoral de ontem é o expectável de hoje.

Some Advice From The Ancients On Dealing With “Alternative” Facts: Confesso que sou daqueles que não acha que a epidemia de fake news e factos alternativos (aka mentiras e tretas) seja uma novidade. Falsas informações, enviesamentos e propaganda danosa sempre existiram, e muitas vezes com consequências violentas. Não há pós-verdade, apenas a aceleração tecnológica das velhas técnicas de mentira.

O Viés de Lucrécio: Talvez a origem da nossa cultura ocidental, de base iluminista. A redescoberta do pensamento de um poeta romano poderá ter sido o grande impulso para mudar a consciência da sociedade em direção ao empirismo, negação da religião e foco na ciência.

Push-button warfare: How artists use games to capture drone strike horror: A arte como forma de questionar a ética da guerra via drones. Onde a sujidade da morte violenta se suaviza com a esterilidade estética dos ambientes mediados por alta tecnologia.

You’re Likely to Get the Coronavirus: Preocupado com as notícias apoquentadoras sobre a pandemia global originária de Wuhan? Não vale a pena. O padrão de infeção e reprodução deste vírus indica que o apanharmos é uma questão de quando, não de se, apesar dos esforços para conter a infecção. Por assustadora que nos pareça, a mortalidade do vírus está em cerca de 2% dos casos de infeção, muito abaixo da taxa de doenças que não nos preocupam por aí além, como a gripe. Não que não deixe de ser preocupante, e as medidas tomadas para conter a pandemia são uma forma de mitigar o impacto fulminante deste novo vírus. Mas as previsões apontam para que este vírus se torne mais uma das viroses sazonais que, na maior parte dos casos, não mata mas mói, e em pessoas fragilizadas pode ser fatal, tal como a gripe.

The Pentagon Just Simulated a Nuclear War With Russia: Ah, recordar os bons velhos tempos da Guerra Fria. Os militares também têm sentimentos nostálgicos.

Flat Earth advocate dies after homemade rocket crashes: Demorei algum tempo a acordar para esta notícia. Que, para além do lado trágico, tem uma forte vertente de humor muito negro, versão prémio Darwin. Este mártir dos terraplanistas sublinha tragicamente bem a estupidez das posições anti-ciência. Mas, pelo menos, só se prejudicou de forma terminal a si próprio. Os anti-vacinas potencialmente prejudicam toda a sociedade, e os defensores das "medicinas" alternativas são perigosos para todos aqueles que acreditam na banha da cobra que vendem a bom preço.

How Miles Davis Made “Kind of Blue”: Do génio do improviso a um dos momentos fundamentais do jazz. Kind of Blue é incontornável na música do século XX.