quinta-feira, 5 de março de 2020

A Fórmula


Vicente Segrelles (1985). A Fórmula. Lisboa: Meribérica.

Daqueles livros que não li na sua época, e que agora rareiam, encontrando-se por acaso em prateleiras de supermercado ou neo-alfarrabistas que ainda tenham alguns restos de catálogo da há muito extinta Meribérica. À época, recordo que o estilo gráfico de Segrelles me interessava pela sua mestria e realismo, embora as vinhetas me parecessem demasiado estáticas, e desprovidas de movimento visual. Uma impressão confirmada por esta leitura, a que ainda se junta uma sensação de falta de profundidade nas imagens, sem grandes contrastes que criem destaques.

A história também não é nada de extraordinário. O titular Mercenário é contratado para acompanhar um alquimista numa viagem a terras longínquas, onde se oculta o seu segredo. O alquimista é na verdade um charlatão, e apenas consegue safar-se usando receitas criadas por sábios com os quais negoceia. Mas o segredo alquímico contido num medalhão usado pelo reitor é demasiado tentador, até porque os sábios querem cortar os seus laços com o alquimista. Este rouba o medalhão, e foge para os seus domínios. Já o Mercenário recusa-se a participar neste crime, acabando por acompanhar um guerreiro enviado pelos sábios para recuperar o segredo. O real segredo do medalhão é a fórmula para criar algo explosivo, e após algumas peripécias a dupla de guerreiros não tem dificuldade em jogar com a cupidez do alquimista, levando-o a meter ao lume os elementos que compõem a pólvora. Com os resultados que se esperariam.