quinta-feira, 5 de setembro de 2019
Dreadstar: The Beginning
Jim Starlin (2010). Dreadstar: The Beginning. Runnemede: Dynamite.
Space opera em comics e Jim Starlin são essencialmente sinónimos. E é Dreadstar a sua criação em que assume de forma mais pura o seu gosto pelas aventuras em vastidões cósmicas. Starlin não faz por menos, na origem do seu personagem. Coloca-nos perante uma guerra intergalática total, lançada por uma civilização predadora que se compraz em escravizar populações e esgotar recursos planetários. Uma força imparável, que só será travada pelo impensável. O único sobrevivente de uma das civilizações que enfrentou os predadores coloca em marcha um plano inexorável de genocídio à escala galáctica. Para salvar a galáxia dos invasores, será preciso destruí-la. Mas, combinando magia com tecnologia, leva consigo alguns sobreviventes escolhidos nalguns planetas. No cataclisma final, eles irão semear a semente da humanidade nas novas galáxias. Vanth, um guerreiro pacifista detentor de uma espada mística, é um desses sobreviventes, e, milénios no futuro, terá novamente de pegar em armas para se tornar uma força pacificadora das guerras galácticas.
Space Opera cósmica infundida com fortes doses de pscadelismo, numa mistura entre mística e tecnologia. Dreadstar intriga por ser produto de uma mente muito focalizada, e suspeito que se l-ºe melhor ao som das grandes bandas de rock sinfónico ou progressivo dos anos 70. O estilo gráfico sublinha este caráter com um surrealismo cósmico. Esta série foi originalmente publicada na clássica Epic Illustrated no final dos anos 70. Do que conheço de Starlin, esta é talvez a sua obra mais assumida, embora este argumentista se tenha distinguido por ter levado as suas influências aos comics mais mainstream. Pode-se recordar o clássico Warlock, perfeito exemplo do psicadelismo cósmico em plena Marvel, e da saga das Jóias do Infinito, que se tornou uma das pedras angulares do universo cinematográfico da house of ideas.