Thomas Ott, Tab Murphy (2012). Dark Country. RAW Studios.
Começa como um policial noir na estrada, com um casal recém-casado em que ambos têm claramente bagagem pesada no passado. Pode ser uma viagem de núpcias, pode ser um princípio de nova vida. Que é brutalmente interrompida quando atropelam um homem na estrada escura. Tentam ajudá-lo, mas ele ataca-os e acabam por o matar. Crime na noite escura, que ocultam enterrando o desconhecido estranhamente desfigurado. Seguem caminho, e encontram um motel para passar a noite, mas o homem repara que se esqueceu de algo no local onde enterraram a vítima. Regressa, para descobrir uma campa vazia. Assustado, despista-se e é ajudado por um polícia, que o leva de regresso ao motel. Aí, deparam-se com uma cena de massacre. E, pelo estado de decomposição das vítimas, já acontecido há algum tempo. Aterrorizado, vendo a mulher que ama morta, rouba o carro do polícia e foge, despistado-se novamente. Ferido, vagueia pela estrada, acabando por ser atropelado. Está aí o twist da história, é atropelado por si próprio.
História noir num curioso laço temporal, com toque subtil de horror, vive da capacidade gráfica de Thomas Ott. Não há texto na história, tudo é contado através de uma rigorosa disposição das vinhetas que enquadram a narrativa.