quarta-feira, 10 de julho de 2019

Dylan Dog: Inferni; Dal Profondo


Tiziano Sclavi, Carlo Ambrosini (1990). Dylan Dog #46: Inferni. Milão: Sergio Bonelli Editore.

O inferno é um lugar de trevas e ranger de dentes... ou esse pode ser um dos muitos infernos possíveis. Tantos quanto a diversidade da alma humana, e o que leva uma alma a ir para um ou outro inferno é, talvez, um processo aleatório. Alguns infernos poderão mesmo ser paraísos. Mas aquele com que Dylan Dog se cruza nesta aventura, definitivamente não o é. Este inferno é, passe a expressão, um inferno de burocracia, uma eternidade de preenchimento e carimbar de formulários. E se um desses documentos tiver um erro, a vida real pode levar voltas estranhas. Nesta aventura, a credibilidade de Dylan é posta em causa quando, ao tentar ajudar uma amiga em luto pela morte do marido, uma troca burocrática nos infernos o faz pensar que esta terá tido culpas na morte do esposo. É uma excelente história de Tiziano Sclavi, com o seu surrealismo negro em estado de fino humor puro.


Tiziano Sclavi, Corrado Roi (1988). Dylan Dog #20: Dal Profondo. Milão: Sergio Bonelli Editore.

Uma divertida colisão entre inspirações em Psycho e Swamp Thing, com toques de drama de terror vitoriano. Um hotel inglês, tutelado por um certo e fiel à sua mamã Norman Bates, é palco de bizarros assassinatos. Tentáculos de matéria saem dos canos e desmembram vítimas incautas na casa de banho. Ao investigar a verdade, Dylan deparar-se-á com uma história de abandono infantil nos esgotos, criaturas misteriosas, herdeiros decadentes e psicóticos de velhas famílias, e até um monstro ingénuo que está apaixonado por uma serial killer. O tom de exagero nesta aventura do Old Boy é mantido em tom elevado com toques agudos de sangue.