quinta-feira, 7 de março de 2019

Dylan Dog: Graphic Horror Novel; Il Terrore


Ratigher, Paolo Bacilieri (2017). Dylan Dog #369: Graphic Horror Novel. Milão: Sergio Bonelli Editore.

As pessoas relacionadas com um criador bem sucedido de banda desenhada começam a morrer em assassinatos sangrentos. As mortes violentas espelham o que o artista desenhou nas suas novelas gráficas. Este decide pedir ajuda a Dylan Dog, que acabará por descobrir o segredo do seu sucesso: vendeu a alma a um demónio, em troca da fama e dinheiro. E o demónio aprecia sacrifícios temperados com requintes macabros.

Esta história é contada de uma forma curiosa. Um homem sem memória vai desenhado, e recordando, nas paredes de uma casa de banho. Entre alucinações e rasgos de lucidez, vai reconstruindo a memória do que lhe sucedeu. A narrativa segue um estilo giallo, mas a solução fácil de invocar um demónio para resolver o mistério banaliza o que até é uma interessante aventura do Old Boy.


Gabriella Contu, Giampiero Casertano (2017). Dylan Dog #370: Il Terrore. Milão: Sergio Bonelli Editore.

Há algum tempo atrás, um jovem estudante americano de origem etíope foi notícia pelas piores razões. Professores demasiado zelosos acharam que um projeto de ciências deste aluno era uma bomba, e agiram em conformidade. Não o era, tratava-se apenas de um aluno curioso e capaz, mas o preconceito americano com qualquer um que esteja ligado ao islamismo, nem que seja por afinidade de língua ou cor de pele, levou a melhor.

Esse caso parece ter sido a inspiração para esta aventura de Dylan Dog. Nela, a cidade de Londres é palco de uma caça ao homem. A polícia, os militares e grunhos de extrema direita estão a dar caça a um suspeito de ser bombista suicida. A cidade paralisa, entre o medo, as ações policiais excessivas, e o sensacionalismo dos media. Mas tudo não passa de um equívoco, lançado por um professor pouco competente que ao ver um dos seus alunos entrar na escola com um aparelho estranho, se assusta e pensa estar perante um bombista porque este é filho de imigrantes. O aparelho não tem nada de perigoso, o verdadeiro perigo nesta história está na facilidade com que os preconceitos se acendem. Uma aventura com uma temática pertinente.