quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Martin Mystère #359: Il custode delle sette vette



Alfredo Castelli, Paolo Ongaro (2018). Martin Mystère #359: Il custode delle sette vette. Milão: Sergio Bonelli Editore.

É curioso notar como Martin Mystère é uma personagem antiquada. Vem-nos diretamente de um outro tempo, tem muito mais a ver com a aventura clássica de banda desenhada do que com a contemporânea. A estrutura narrativa do cavalheiro solteiro, de inclinações literárias, que vive aventuras misteriosas com um fiel companheiro é algo que caracterizou a literatura e BD de aventuras de outros tempos. Para salientar mais o caráter classicista, os mistérios que Mystère investiga têm muito a ver com os mitos da Atlântida, com os vestígios daquela que na mitografia de Castelli, o seu argumentista de sempre, era uma civilização passada de alta tecnologia que deixou inúmeros resquícios e vestígios. As tramas são sempre elaboradas fugas a um clímax final. Diria que Castelli mantém viva na Casa Bonelli a tradição narrativa dos clássicos Blake e Mortimer, ou outras parelhas clássicas de aventuras com o misterioso.

Este Il custode delle sette vette não foge ao esquema, narra as desventuras de um descendente indireto de Aleyster Crowley que, durante um trekking no sopé do K2, é visitado por uma misteriosa visão que lhe dá um artefato inusitado. Parte daí uma história que envolve os antepassados do descendente, indianos em busca de riqueza, e a descoberta de uma base perdida atlante, cheia de robots encarregues de encher uma nave espacial tipo arca de noé.