domingo, 21 de outubro de 2018

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Watch the Silent Film that Brought Rocket Science to the Masses: A Motherboard redescobriu o clássico Fraum im Mond, talvez  o primeiro filme de FC verdadeiramente fiel à ciência. Não em tudo, claro, os astronautas vão à lua pesquisar ouro e respiram normalmente a atmosfera lunar. Onde o filme é arrepiantemente prescientes é na antevisão do que seria o lançamento de um foguetão. É uma sequência admirável, em tudo igual ao que hoje é o procedimento normal de lançamento de foguetões. Não é para menos. Fritz Lang, o realizador, que viria a realizar essa obra prima do cinema de FC que é Metropolis, contratou o pioneiro da astronáutica Herman Oberth para o aconselhar sobre esta tecnologia, que há época estava ainda nos seus humildes primórdios.

How Cyborgs Took Over Popular Music: Não só na estética, mas na criação de um som mesclando o homem e a máquina. Não estamos a falar dos dj's mete a pen e faz efeitos, mas de verdadeiras experiências musicais na vanguarda estética, que tiram partido das sonoridades mecânicas analógicas e digitais. O artigo começa, e muito bem, em Kraftwerk, e tem a ousadia de chamar a Bowie um poseur que se apropriou momentâneamente destes registos antes de experimentar outras estéticas. Ficou de fora a musique concréte e Pierre Henry, mas há que perdoar o esquecimento, o artigo é sobre música pop e não erudita.


Found: An Ancient Roman Comic Strip With Speech Bubbles: Mais um artefato a juntar aos baixos-relevos assírios, coluna de Trajano, e tapeçaria de Bayeux como precursores da arte da banda desenhada. Desta vez, frescos romanos preservados numa tumba descoberta na Jordânia.

Are Hosts, Replicants, and Robot Clones Closer Than We Think?: Estará a tecnologia próxima de nos oferecer a imortalidade artificial, permitir-nos transpor os limites da carne, digitalizando a nossa consciência e transferindo-a para corpos robóticos ou clonados? É um velho sonho humano, vencer a mortalidade talvez seja o nosso mais antigo anseio desde que tomámos consciência da nossa finitude, e que a ficção científica tem sabido explorar. Agora, nesta era dourada de desenvolvimento tecnológico, há quem esteja a experimentar tecnologias que, dizem, têm o potencial de nos fazer transcender esses limites. Mas há problemas, e muitos. Comecemos pelo mais essencial: a neurociência ainda não consegue definir o que nos torna conscientes. Só mapear o cérebro e as suas ligações parece não chegar, o que mete por água abaixo boa parte das aventuras de FC sobre consciências humanas convertidas em inteligência artificial. E se formos capazes de criar simulações fiéis de nós próprios, elas serão conscientes, ou apenas simularão consciência? E se... a consciência que temos de nós, a nossa individualidade, não for mais do que simulacros, efeito secundário da soma de comportamentos emergentes biológicos ao nível celular e macro-celular que nos permite ser criaturas vivas?

Low pay, poor prospects, and psychological toll: The perils of microtask work: Arquivar em "a sério, no shit, sherlock?" Parece que as plataformas de tarefas remuneradas, que se apregoam como uma forma de ganhar trocos nos tempos livres, são afinal zonas de trabalho árduo e pago muito abaixo do preço de mercado, muitas vezes a lidar com material traumático, como moderação de conteúdos em redes sociais.


Happy 10th anniversary, Android: Confesso que gostaria de ter experimentado o HTC G-1. O sistema operativo Android comemora o seu décimo aniversário, e o TechCrunch recorda-nos alguns dos dispositivos que foram seminais neste sistema.

Novidade: Conversas com os putos e com os pais deles – Álvaro: Suspeito que se tivesse paciência, também escreveria um divertido livro de recolha de comentários estapafúrdios apanhados na escola. Mas acho que não seria sobre alunos, sim sobre a incapacidade generalizada dos professores em utilizar os mais simples elementos da tecnologia digital.

Suspiria Is a Living, Breathing Work of Art: Ok, estou intrigado. Nunca percebi bem a ideia de fazer um remake da obra prima de Dario Argento, mas é uma cena, e está pronta a estrear. Aparentemente, o realizador decidiu ser ousado e garantir uma experiência estética extrema. Resta-me ver o filme para saber se é um remake entediante, a banalização de um filme excecional, ou uma vénia à estética inquietante, de cor vibrante e exagero cromático, do original.

12 Unforgettable Sci-Fi Movies About Memory: Total Recall fica acima de todos. É um péssimo mau filme, mas com a idade, vai-se apreciando a sua cheesiness.


Hybridizer: Release your Inner Beast: Um divertido webtoy, que vai buscar ilustrações naturalistas do século XVII para as combinar em criaturas híbridas. As criaturas feéricas podem ser exportadas em gif animado ou vídeo.

Has Artificial Intelligence Given Us the Next Great Art Movement? Experts Say Slow Down, the ‘Field Is in Its Infancy’: Pois claro. Agora vivemos num momento de deslumbre, em que pensamos que os algoritmos de IA conseguem ser criativos. Na verdade, isso é desconhecimento sobre como, realmente, funcionam estes algoritmos: apenas trabalham dentro de estreitos limites de decisão, não aprendem, ou seja, o que desenvolvem é esquecido quando se introduzem novos parâmetros, e não podemos descontar o papel humano, do programador, investigador ou artista que utiliza e experimenta com IA enquanto ferramenta de criação visual. O que não quer dizer que as criações de IA não possam ser uma forma de expressão artística. Não o são é da forma como a concebemos na cultura popular, com a IA como espécie de ser consciente, autónomo e criativo, tal como nós, mas artificial.

Haverá vida nos lagos de Marte?: O problema com a ciência a sério é que tem o seu quê de deprimente. Anda-se a especular sobre little green men e na verdade, nem microorganismos parecem pulular por aí.


Quantifying Mark Rothko: A relação que cada um de nós tem com a arte é algo de intensamente pessoal. O que gostamos, a forma como a apreciamos, é essencialmente algo ligado à nossa individualidade. Descrever a obra de um pintor através de quantificações é, de facto, tão relevante como fazê-lo através das sensações que nos desperta.

Zahna: Joana Afonso tem um novo livro, e parece estar muito longe do seu registo temático habitual, embora o gráfico seja aquele estilo incisivo a que nos habituou.

Detailed look at Google's secret, censored, spying Chinese search tool: Lembram-se dos tempos em que o lema da Google era do no evil? Agora, desenvolvem soluções orwellianas a pedido de regimes totalitários.

The Existential Void of the Pop-Up ‘Experience’: Afinal, não estou sozinho a pensar que aqueles pseudo-museus feitos para serem visitados em modo de tiragem constante de selfies são, essencialmente, uma patetice.


Boeing/Saab joint T-X design wins Air Force’s jet trainer competition: Daquelas imagens que enchem o olho, o protótipo vencedor do concurso de novas aeronaves de treino da USAF.

As 21 Lições de Harari: Confesso que quando vi este livro a ser anunciado com todo hype achei que não iria trazer nada de novo, era um capitalizar rápido do sucesso do autor. Apesar do seu brilhantismo, não me parece que Harari seja capaz de produzir um novo livro em poucos meses, e suspeitei que este fosse, no essencial, um repetir de ideias, quase uma versão condensada para os que estão atrasados no apanhar do comboio. Esta recensão de Nelson Zagalo confirmou as suspeitas.

The Strike That Could Shape the Future of European Labor: O ponto de interesse deste artigo está logo nos primeiros parágrafos. Se a União Europeia tem empresas verdadeiramente inter-europeias, que vivem do mercado único e interligam todas as zonas da europa, porque é que algo similar não existe para as leis laborais?

Meio século de aventuras eletrónicas: Aqui há dias ia no carro e lembrei-me: o que é que aconteceu a Jean Michel Jarre? Adorava as sonoridades eletrónicas dele quando era adolescente, e agora tenho uma certa relação de prazer culposo. É bom saber que está a ser alvo de uma antologia musical, que dá perspetiva a uma carreira entre o pop e a música eletrónica experimental.