terça-feira, 13 de março de 2018

Generation Robot



Terry Favro (2018). Generation Robot: A Century of Science Fiction, Fact, and Speculation. Nova Iorque: Skyhorse.

Uma obra intrigante para juntar às estantes de livros sobre futurismos. Com um ponto de vista único, e raramente visto neste género. Não apregoa apocalipses distópicos nem pinta tudo com um rosa optimista berrante. Não é um livro escrito por alguém ligado ao futurismo ou ao comentário sobre tecnologia. Antes, é uma reflexão muito pessoal, construída a partir de reminiscências de uma vida, amor à ficção científica e pesquisa independente sobre computação, robótica  e inteligência artificial.

Não podemos esperar um novo e deslumbrante ponto de vista deste livro. Aliás, isso é quase impossível em todo o género que captou a atenção do público, muitos são variações sobre os mesmos tópicos, detalhando impactos positivos e negativos das tecnologias. O que varia neste é a forma como se assume como equilibrado, não dando eco quer aos piores exageros quer às mais utópicas predições. Talvez por estar construído a partir de um ponto de vista pessoal, de uma escritora, especializada em manuais técnicos, que sabe que a sua carreira e vida pessoal foi muito enriquecida pela tecnologia. Uma atitude que encontra nas suas entrevistas, ao explorar eventos dedicados à internet das coisas, automóveis autónomos, ou engenheiros a trabalhar em robótica avançada. Ao evitar, por não ser um nome sonante, os grandes nomes da tecnologia, a autora consegue traçar cenários mais moderados, confiando que a evolução tecnológica nos continuará a trazer um futuro melhor.

A viagem pessoal e de pesquisa aos temas do livro é entrecortada com notas da cultura pop de FC, que nos mostram que as preocupações que hoje sentimos como pertinentes, ao nos apercebermos dos prováveis impactos que a tecnologia terá sobre as sociedades (ou melhor, impactos que já se estão a manifestar), já alimentavam o imaginário de FC.