sábado, 29 de março de 2014

Modernidade Centenária


Cyborgs avant la lettre? Sempre que vejo imagens destas penso: bolas! Andamo-nos a pensar tão modernos e tecnologizados e afinal os dadaístas/surrealistas/cubistas/futuristas intuíram e inventaram a nossa hipermodernidade contemporânea cem anos antes dela nos levar nesta avalanche de maravilhosos objectos de desejo tecnológico que expandem as possibilidades do que podemos fazer, aceder, pensar e comunicar. Sempre que me falam em multiplicidade e simultaneidade de pontos de vista penso como algo de novo penso no cubismo. O interface do 3d scanning dá-nos as visões fluídas onde se mesclam diferentes pontos fixos de vista em colisão sonhadas pelos futuristas. Ou a ideia do ser humano aumentado por tecnologia, de capacidades ampliadas por próteses cibernéticas ou ciência genética, intuída em conceitos como o do homem mecânico ou imagens como esta. A modernidade contemporânea, afinal, é centenária...

Tinha que ser uma colagem de Max Ernst.

E é sintomático que apareça como algo de novo e interessante em sites dedicados ao estilo steampunk... até porque aquele astrolábio que salta dos olhos faz pensar no gosto contemporâneo pela sabedoria encontrada nos padrões estatísticos recolhidos por míriades de aplicações. Aquelas libélulas têm o seu quê de drones, enquanto que os aparato mecânicos deixam imaginar exóticos instrumentos de comunicação. A máquina fotográfica explica-se a si própria.