sábado, 20 de julho de 2013

Vertigo DEFY


É muito apropriado que DEFY seja o nome dado a esta tentativa de ressurreição da DC Vertigo. Chancela que nos deu alguns dos mais marcantes títulos da história dos comics, destacou-se por criatividade e capacidade de arriscar que se traduziu em livros que redefiniram o género, quebrando fronteiras entre banda desenhada infanto-juvenil e obras de fôlego. Nos últimos tempos a decadência era assinalável, com títulos a serem extintos e uma excessiva dependência nas séries American Vampire, Fables e The Unwritten. Não sigo a Fables (o que li não me impressionou e tenho pouca paciência para o modelo telenovela de fantasia), mas American Vampire tornou-se repetitiva e The Unwritten um esforço inglório de esticar uma história para lá dos seus limites para manter a edição.


Quando se pensava que a chancela estava nos últimos estertores e se limitaria a reeditar as antigas glórias, eis as surpresas. Começou com o intrigante The Wake e irá continuar com um novo alinhamento de títulos muito prometedor. Fables, Uwritten e American Vampire continuam; a luminosa homenagem de Kurt Busiek à era dourada dos comics que é Astro City regressa; este argumentista também vai pegar no Tom Strong de Alan Moore. Regressa também 100 Bullets, se bem que numa variação no mundo ficcional, e apostando em valores comerciais fiáveis The Girl With The Dragon Tattoo é adaptada para comics.


O destaque para novos títulos vai claramente para o promissor regresso de Sandman, reunindo os talentos de Neil Gaiman e J. H. Williams II. Aqui o deslumbre é garantido, nem que seja porque Gaiman é um mestre da arte do baralhar e voltar a dar nas suas narrativas. Sabemos o que esperamos e se não somos defraudados também não surpreende.



Há novos títulos promissores, com Jeff Lemire em rédea solta com Trillium, fantástico noir em Coffin Hill e Witching Hour, o regresso de Dead Boy Detectives (saídos das páginas de Sandman...) e títulos mais incógnitos como Collider, The Discipline (que com assinatura de Pat Mills será certamente interessante) e Hinterkind, onde Ian Edginton a escrever só promete coisas boas.

A Vertigo oferece-nos títulos novos, valores seguros e a marca da influência de Gaiman e Moore, cujas criações ainda continuam a atrair olhares. Conseguirá voltar a afirmar-se como a chancela de referência nos comics de qualidade?