sexta-feira, 15 de março de 2013

Comics


The High Ways #03: John Byrne em grande forma, numa space opera muito bem concebida. A terceira edição dá uma volta inesperada à história e mergulha-nos nos segredos ocultos nas vias espaciais. Digamos que envolve mutações cientificamente induzidas, piratas espaciais e naves capazes de ir além do sistema solar. E sim, um grande aceno a Gerard O'Neill nas primeiras páginas.


2000AD #1823: E se... a crise dos mísseis cubanos tivesse sido resolvida à bomba, com a ilha arrasada por múltiplas detonações atómicas, Havana transformada numa ruína radioactiva? E se o cérebro digitalizado de Fidel enviasse do futuro um encantamento que iludisse os sobreviventes, ocultado a realidade destruída pela perfeição da utopia socialista banhada pelo mar das caraíbas? O melhor da 2000AD está nas histórias bizarras que encomenda sob o signo dos future shocks ou past perfect. São pérolas da vertigem cerebral em seis pranchas.


The Manhattan Projects #10: O surreal e imaginativo Manhattan Projects não pode tornar-se ainda mais bizarro, ou pode? Jonathan Hickman mostra muito bem que sim, com um prelúdio de um arco narrativo que se anuncia como uma guerra civil dos diversos Oppenheims dentro da cabeça de Oppenheim. Devorado por si próprio, descobre-se no seu cérebro progressivamente devorado por múltiplas instâncias da sua personalidade. Com este intimismo levado a extremos autofágicos, o nível de estranheza disparou.


Before Watchmen Ozymandias #06: Len Wein não está a fazer nada de interessante nesta prequela de Watchmen. Repete o que Moore já tinha deixado explícito na obra original e não cria novos ângulos narrativos que poderiam dar algum valor ao trabalho. Este título vale essencialmente pelo traço esparso, expressivo e levemente retro do ilustrador Jae Lee.


Suicide Squad #18: uma private joke para ser entendida pelos fãs mais ferrenhos dos comics. Ou então um sinal subtil da estratégia de combate directo da DC ao sucesso cinematográfico da Marvel, que a tem levado a cancelar alguns dos seus melhores títulos, concentrando-se numa diluição infantilizada dos principais personagens transformando-se numa versão alternativa da editora de Stan Lee. Algures nos gabinetes de topo da DC alguém anda a sonhar com uma constelação de filmes blockbuster para rivalizar com os recentes sucessos da Marvel.