sábado, 16 de fevereiro de 2013

Zoo: The Graphic Novel




James Patterson, Andy McDonald (2012). Zoo: The Graphic Novel. Nova Iorque: Yen Press.

Devo confessar que chegar ao fim deste Zoo foi tarefa árdua. Partindo de uma premissa apocalíptica com algo de absurdo, mas não completamente descabida nas ficções especulativas,descamba numa narrativa entediante, moralista e estereotipada. Fica-se com a sensação que se alguma atenção foi dada à estrutura narrativa tudo o resto, o conteúdo do livro, foi um largo encher de chouriços.

E que ameaça apocalíptica é essa que ameaça o destino manifesto da humanidade? Animais. Todos, do mais orgulhoso leão ao manso cão doméstico, juntam-se em matilhas e atacam violentamente os humanos. Nada mau como ponto de partida para um conto de horror. O toque especulativo está no porquê da mudança de comportamento: alterações feromónicas provocadas por mutações induzidas pelos campos electromagnéticos artificiais da iluminação e telemóveis passam a conferir aos humanos um cheiro ameaçador para qualquer animal, que obriga o bichinho mais dócil a tentar devorar qualquer pessoa que lhe apareça à frente. Não são maus pontos de partida, mas tudo o resto desenvolve-se como um mau filme de canal televisivo, com um jovem cientista a tentar convencer os governantes, a conseguir após os primeiros sinais tangíveis de catástrofe, com os habituais percalços de militaristas apostados em extinguir espécies animais à bomba, uma quase vitória final que por burrice não resolve o problema, e um toque pós-apocalipse de continuação da luta em geladas paragens distantes. E ainda arranja tempo para salvar uma jovem cientista de um bando de crocodilos, apaixonar-se por ela, casar e ter filhos. Impossivelmente banal. E a ilustração não se esforça por aí além a salvar aquele que é um livro que provoca bocejos.