quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Apontamentos de Viagem IV




O Luso e Buçaco não me encantaram. O primeiro parecia-me uma Sintra mal amanhada e o segundo um claro exemplo que como veneramos uma ideia artificial da natureza. A mata cuidada, com as suas veredas e recantos, desperta-nos mais carinho e bem estar do que as matas selvagens das redondezas. Como tudo que envolve o homem, a natureza é um constructo. Já o decrépito Lorvão chocou-me pelo isolamento, pela decadência de objectos artísticos que se degradam de dia para dia e pela singular visita ao mosteiro onde, entre outros pormenores, o guia traçou sem querer uma linha de continuidade entre o Caronte grego, as barcas funerárias egípcias e as procissões da Senhora da Boa Morte ao mostrar um andor em forma de barca.