segunda-feira, 7 de maio de 2012

All Your Base Are Belong To Us

Harold Goldberg (2011). All Your Base Are Belong To Us. Nova Iorque: Three Rivers Press.

Suponho que há três tipos de livros sobre esta temática. Os profusamente ilustrados mas de texto liminar, para encher o olho com a espectacularidade dos jogos mais graficamente arrojados, os estudos académicos profundos, e obras destas, entusiastas e generalistas que olham para alguns detalhes da história da tecnologia.

All Your Base Are Belong To Us, cujo titulo é um piscar de olhos a um meme recente, traça uma curta história da indústria dos jogos olhando para um conjunto de casos específicos que retrata principalmente sob o ponto de vista do mundo dos negócios. Analisa o percurso de alguns dos nomes marcantes do género contando histórias que estão no cruzamento entre jogo, desenvolvimento tecnológico e negócio lucrativo. Dos diversos instantâneos retratados surge um padrão comum: a ideia de jogo como algo criativo que é cooptado por empresas que procuram modos rápidos de fazer dinheiro. E a olhar para as estatísticas o dinheiro envolvido é muito. Mais do que as restantes indústrias criativas juntas.

Este é um livro de relatos de empreendedores que arrancaram, mantiveram ou afundaram empresas lucrativas. O autor não resiste a um olhar embevecido sobre alguns jogos marcantes e aborda muito liminarmente as questões do desenvolvimento artístico e tecnológico. Há parágrafos em que a obra se assemelha a um relato contabilístico.

É o aspecto intrigante deste livro: fazer olhar para as ligações entre dinheiro e jogo, e para os sucessos e falhanços da indústria. Fãs do género não encontram aqui descrições de tirar o fôlego sobre os espantosos ambientes virtuais. Os interessados no lado mais académico também não encontram reflexões sobre o impacto cultural do género. Fica apenas a ideia de dinheiro enquanto motor dos produtos culturais que adquirem visibilidade na cultura global.