Algumas vinhetas de génio saídas de alguns dos mais interessantes comics actualmente publicados.
Atomic Robo and the Ghost of Station X delicia-nos com uma inteligência artificial que emula Alan Turing.
B.P.R.D. Hell On Earth: Mike Mignola deu descanso ao Hellboy mas continua a orquestrar spinoffs sob a chancela da Dark Horse. E pois, não é boa ideia discutir simbologia onírica com conterrâneos de Freud.
Scott Snyder está a dar uma interessante revisão a Batman com o arco Court Of Owls. Sinal dos tempos, o inimigo que o herói não consegue vencer é uma cabala de cidadãos proeminentes que influenciam os destinos da cidade de Gotham.
Batwoman teve um início brilhante, onde a influência estética de J.H. Williams se traduziu num nível pictórico raramente visto nos comics de massas. O sexto número reverte aos padrões clássicos do género. Fico com a sensação que o interesse se irá desvanecer.
Flash Gordon Zeitgeist traz o regresso do herói clássico, com uma nuance: Hitler é um dos vassalos fieis de Ming. De resto, nada de novo mas a leitura vale pelo grafismo de Alex Ross que remete na perfeição para o traço clássico de Alex Raymond.
O traço retro de Chris Allred está de volta a um I Zombie que apesar de estar num momento calmo do arco narrativo parece anteceder um conflito apocalíptico envolvendo agentes secretos, seres ocultos, combatentes pulp do crime, zombies, um macaco falante e criaturas de além espaço. Quanto à ilustração, só Allred para tornar uma relação a três entre uma vampira, uma fantasma e um monstro de frankenstein versão 2.0 algo de inocente.
John Constatine Hellblazer e Pete Milligan, já se sabe o que se espera. Mesmo assim há pérolas destas. É impressão minha ou este mafarrico apresenta-se à Senhora Constantine citando Sympathy for the Devil?
Confesso que ainda não percebi o My Greatest Adventure da DC. Uma tentativa de abrir espaço a novas personagens? De qualquer maneira, o Robotman está demasiado bem ilustrado para ignorar. E é um robot. Com nanotecnologia à mistura. Á solta numa ilha cheia de mutações bio-nanotecnológicas. 'Nuff said.
É o problema do sucesso. Jennifer Blood foi um divertimento profundamente politicamente incorrecto de Garth Ennis, um comic intencionalmente maldoso e extremamente divertido. A conclusão não ditou o fim da personagem, infelizmente, que em mãos menos capazes deixará de ser uma obra de ironia hiper-violenta e se tornará em mais um banal título de combate ao crime com dano extremo. E já tem um spinoff: as Ninjettes, lolitas assassinas pós-adolescentes que durararam poucas páginas nas mãos decapitadoras de Ennis (vão ler e percebem). Pela primeira edição, já deu para perceber que vai ter muito choque, muita menina gira desenhada como se estivesse despida e nenhum ponto de interesse.
Para terminar, o sempre desapontador Warlord of Mars: Dejah Thoris que por detrás das grandes capas esconde narrativas previsíveis com marcianas que, talvez por uma questão de clima, se vestem como dançarinas de bar de alterne. Mas as capas merecem destaque.