terça-feira, 31 de janeiro de 2012

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Gods' Man: A Novel in Woodcuts


Lynd Ward (2004). Gods' Man: A Novel in Woodcuts. Mineola: Dover.

Originalmente publicada em 1929, esta é uma história banal de um artista esfomeado que vende a sua arte mas acaba por encontrar o seu espaço, vida e felicidade, até que o mais exigente dos seus clientes, a morte, o vem buscar. Este livro antecessor das modernas graphic novels, distingue-se pelo duro estilo expressionista do autor e por contar a história apenas por imagens, sem quaisquer palavras. Deixa ao leitor a tarefa de olhar, interpretar, e construir na mente a narrativa.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

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Simpática a maneira como cortes aleatórios deram um ar de geometrização abstracta ao coelhinho depravado.

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Sci-Spy


Doug Moench, Paul Gulacy (2010). Sci-Spy. Berkeley: Image Comics

Agentes secretos num futuro distante. Intrigas intergalácticas. Grupos terroristas de elevadíssima tecnologia. Pós-humanidades governadas por uma inteligência artificial ditatorial benigna em órbita de Arcturus. E uma ameaça alienígena virulenta que após dizimar a Terra original se prepara para aniquilar os descendentes dos sobreviventes à hecatombe. Contra tudo isto um agente, único homem natural num futuro pós-humano e o seu robot tesseracto capaz de literalmente guardar universos dentro de si. Sci-Spy é Space opera desbragada e divertida, em cores berrantes e estilismo a homenagear Wally Wood.

domingo, 29 de janeiro de 2012

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Tradições


Um dos mais curiosos pormenores da história do processo contra a Megaupload está no vir à luz de imagens icónicas do estilo de vida de um dos donos do site. A imagem é reveladora. Olha-se e lê-se "eis-me a mim, na praia paradisíaca ao pé do meu iate a apontar para a minha namorada boazona. Sou rico, e faço questão que se note". É uma imagem banal, a puxar à vulgaridade, mas não é inédita. Representações deste género são comuns na história de arte, em que um patrono endinheirado contratava um artista para o retratar a si e às suas posses. Nos ainda piedosos tempos medievais e renascentistas esta iconografia traduz-se em incongruente figuras ajoelhadas em primeiro plano a venerar cenas bíblicas. Com o crescimento da burguesia a piedade religiosa ficou para trás e este género de retratos reflectia exactamente a riqueza do patrono.


O que leva a esta pintura clássica do inglês Thomas Gainsborough. Pintada no século XVIII, não tem iates nem praias paradisíacas, mas o motivo é o mesmo: "eis-me, rico patrono, com a minha bela mulher, os meus belos terrenos e a minha bela espingarda". Ostensão pura de riquezas. É interessante ver como ao longo dos séculos mudam os adereços, mas o âmago das questões permanece o mesmo.

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Blips no radar aural

Ou ando coscuvilheiro ou as pessoas falam em tons de voz muito altos. Ou então são as duas coisas. Por muito que se ignore o ruído verbal que nos atravessa nos espaços urbanos, há conjugações de palavras que fazem blip no radar.

Esplanada do Centro Cultural de Belém, advogado a conversar em voz muito audível com a amiga recém-divorciada sobre direitos e deveres paternais. De repente, "com esta conjuntura fazes o quê. Vais pôr uma bomba no parlamento?"

"Esse deck não interessa nem ao menino jesus", diz o pai geek ao filho com idade pré-alfabetizada enquanto analisa a oferta de baralhos pokemon numa Fnac. "Vê lá se prestas atenção", sublinha, embora o miúdo de idade e tamanho não estivesse particularmente interessado nas minudências otaku das cartas de jogos RPG.

"Andei a contar as minhas camisas azuis às riscas brancas e brancas às riscas azuis, por causa da minha obsessão, e dei com umas quarenta", ouço atrás de mim na sala da Cinemateca. Sorri, mas depois olhei para a minha camisa. Pois, azul clara com riscas brancas e azuis escuras. Também sofro do mesmo gosto obsessivo.

"Adoraria aprender alemão, para ler Hegel. E Goethe", ouço algures na fila de cadeiras atrás da minha numa Cinemateca onde as luzes diminuíam de intensidade antes da projecção de um filme de Fassbinder. "Olha, aqui há dias estava no Pingo Doce e dei por mim a tentar recitar aos limões aquele texto de Goethe sobre limões". O poema chama-se Mignon (maravilhas do Google que chegou lá com uma simples pesquisa sobre Goethe e lemons). As primeiras estrofes versam assim: "Do you know the land where the lemon-trees grow,
In darkened leaves the gold-oranges glow,
A soft wind blows from the pure blue sky,
The myrtle stands mute, and the bay tree high?
Do you know it well?
It’s there I’d be gone,
To be there with you, O, my beloved one!"


E, quem sabe, da próxima vez que olhar para um limoeiro... me lembre de os recitar.

sábado, 28 de janeiro de 2012

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

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Object of lust. Dress code strictly enforced.

modernidade clínica.

olhar o tecto isolado com quadrados rigorosos de pladur branco. dois quadrados com luz fria fluorescente reflectida no alumínio. padrões circulares sobrepostos no metal da grelha de ventilação. ângulos agudos do braço basculante da lente de fresnel. cirurgiã e assistentes a conversar banalidades enquanto o bisturi secciona a carne. toca um iphone. geometria de um espaço limpo, asséptico, trivial.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

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takeown de um recanto ballardiano do dia a dia. arquitectura anónima dos subúrbios e vias de comunicação, digitalmente decaída.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

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às voltas com memórias binárias gibraltinas e a testar novos filtros sonoros para o audacity (em imagens, mas já devem ter percebido isso. gostei do primeiro resultado, um efeito de sonificação que aleatoriamente gerou uma visão à nicholas de stäel.