Charles Burns (2010). X'ed Out. Nova Yorque: Pantheon Books
The Beat | Charles Burns' X'ed Out
O primeiro volume da nova série de um dos mais interessantes e intrigantes autores de comics é algo difícil de digerir. O traço preciso e as cores contrastantes, com uma certa reminiscência de Hergé e Moebius, envolvem-nos numa história onírica onde sonhos, reminiscências e realidade se misturam de forma fluída, inspirada na escrita apocrífica de William Burroughs.
O argumento leva-nos ao mundo de Doug, que está a recuperar de um acidente. A sua mente vai saltitando do real banal, suportado com comprimidos que Burns nunca nos revela (serão analgésicos, antidepressivos?) para a reminiscência do passado amoroso de uma relação com uma fotógrafa com requintes masoquistas, até aos seus sonhos onde se transforma numa caricatura distorcida de Tintin que divaga em cidades obscuras.
Talvez este livro se torna a Garagem Hermética deste início do século XXI. O primeiro volume é prometedor.
