Uma coisa que me assusta: anúncios a telemóveis de nova geração que apregoam como funcionalidade extra o acesso directo a sites na internet. Assusta-me porque não se tratam de funcionalidades extra, antes de restrições ao uso da máquina. Um telemóvel, em particular os potentes telemóveis/pda que estão agora no mercado, deveria ser uma ferramenta aberta que permitisse ao utilizador fazer o que quiser com ela. Mas a tendência está no oposto: sistema operativos fechados ou semi-fechados, que direccionam os utilizadores para sites e aplicações do agrado das operadoras/contrutores de equipamentos. O uso fica restrito a um conjunto de funcionalidades definidas como úteis por entidades terceiras.
Pessoalmente gosto de ser eu a decidir o que é util ou não para mim, e não deixar essas decisões ao critério de empresas. Assusta ver como o potencial libertador da tecnologia digital é tão facilmente cooptada para usos que fazem vergonha aos esquemas de vigilância e restrições à liberdade implementados pelos piores regimes totalitários. Este é um totalitarismo insidioso: o totalitarismo do sorriso utilitário.