segunda-feira, 12 de outubro de 2009

N

Confesso que me assustam um pouco os resultados das eleições autárquias. Ele é tanta maioria absoluta, tanto presidente eleito e re-eleito pela terceira, quarta, enésima vez... espelha bem o carácter português de querer no poder homens que tomem as rédeas e levem tudo a eito. A tradição dos caciques locais (que já vem do liberalismo monárquico do século XIX) continua bem viva. Sem um salazar desejado como um d. sebastião, aposta-se numa míriade de salazarinhos de província (e urbe), porque, enfim, o que interessa é que isto vá para a frente, e para a frente entenda-se betão e asfalto. Presidentes, chefes, caciques, caudilhos... vai tudo dar ao mesmo. Confesso que não consigo compreender o gosto lusitano pelo autoritarismo. Gosto ou... preguiça, porque quem é mandado não tem de pensar muito, não tem de decidir ou arriscar.

Democracia. Uma bela ideia que em portugal custa a amadurecer.