domingo, 4 de outubro de 2009
IEEE Spectrum: To The Red Planet
IEEE Spectrum
A exploração espacial é contraditória. Por um lado é um ambiente vibrante, que move milhões e assenta em instituições públicas e privadas que desenvolvem um enorme trabalho multifacetado no acesso da humanidade ao espaço. É um trabalho que passa por projectos de enorme visibilidade, com a Estação Espacial Internacional, projectos de enorme impacto científico, caso das sondas espaciais, e projectos menos visíveis mas cruciais para o desenvolvimento de novas tecnologias. Por outro lado temos a eterna sensação que se podia ir mais longe. Não há aquele sentido de aventura que existiu nos anos 50 e 60 e agora, no dealbar do século XXI, vemo-nos presos à órbita terrestre, ainda longe dos sonhos de exploração humana da lua ou de Marte e num momento muito primevo da expansão da humanidade para as estrelas.
Esta edição da IEEE Spectrum concentra-se no objectivo Marte, um objectivo para o qual as várias agências de exploração espacial vão caminhando a passo lento mas decidido. O financiamento é um problema recorrente. Os obstáculos tecnológicos são superáveis e a grande incógnita está no elemento humano: o espaço é um ambiente hostil e ainda não se conhecem em profundidade todas as consequências da estadia humana prolongada no espaço, em particular a distâncias que não permitem socorro pronto da Terra.
Chegar a Marte, e regressar à Lua, é possível. O passo de desenvolvimento é lento mas seguro. Motivos existem, desde os mais comerciais aos científicos, e sobrepondo-se a estes o grande objectivo humano de alargar horizontes. A vontade científica é enorme, mas a vontade política (que controla boa parte dos financiamentos) é variável. Um sinal positivo vem do sector privado, que aposta no desenvolvimento de tecnologias próprias que facilitem e tornem economicamente mais acessível o acesso ao espaço.