Não resisto. Até nem comento muito a actualidade política, mas há coisas que ficam a remoer. Já tinha dado conta desta nos tempos de antena, e no debate que reuniu partidos pequenos e movimentos cívicos ainda mais se notou. Tem a ver com o candidato do novíssimo Partido Trabalhista Português... que defende, entre outras coisas, que as crianças devem ter o direito a desenvolver a escrita e o raciocínio lógico (sub-entendendo-se que o magalhães e similares são má ideia, e não reparando que antes do magalhães já as crianças ficavam mesmerizadas pelos ecrãs, particularmente de um danoso em especial, motivador da cultura de batata de sofá). O reparo perante o raciocínio lógico é que sempre que o líder desta nova força abre a boca deparamo-nos com um perfeito exemplo de subdesenvolvimento do raciocínio lógico. O homem parece de facto desprovido de qualquer resquício de lógica.
Podemos encarar isto como um sinal de maturidade da nossa democracia. Quando um resmungão de café consegue convencer os amigos a ir para a frente e formar um partido baseado no tipo de ideias que sai durante aquelas conversas de se eu mandasse isto é que ia direito, tidas entre duas imperiais e um pratinho de tremoços, isso sim é sinal que a sociedade portuguesa está a amadurecer (e escrevo isto sem ironia). Liberdade significa dar voz até às mais ilógicas ideias.