domingo, 6 de setembro de 2009

Local

A Ericeira surgiu hoje nos noticiários por causa do estrondoso aumento das portagens na A21. Entrevistaram uns pobre portageiros, já fartos de responder às perguntas sobre a indefensável decisão da administração.

O surpreendente é esta decisão tomada pelo executivo camarário a semanas de uma eleição. Parece suicídio político, mas só sublinha o sentimento de impunidade e inevitabilidade do corrente executivo, que dá como adquirida a sua reeleição. Na verdade, que me lembre, andava no liceu quando o corrente presidente da câmara chegou ao poder. No liceu Pedro Nunes, não no de Mafra, mas já me encontrava ligado a este concelho.

É por estas que sou contra o entregar de responsabilidades da administração central para a administração local. O argumento a favor da transferência de competências é legítimo - as administrações locais conhecem o terreno e as necessidades das populações melhor do que departamentos estatais geograficamente afastados. Por outro lado, é essa proximidade que é a maior fraqueza do argumento, ao abrir a porta ao tráfico de influências e ao nepotismo de caciques locais. E a politica local portuguesa é notória pela eternização dos seus representantes, demasiadas vezes envolvidos impunemente em notórios casos de corrupção. Nestas condições, confiar é difícil.