sábado, 5 de setembro de 2009

Indecisões

O que sinto em relação às eleições que se aproximam é um sentimento de indecisão e falta de propostas claramente definidas. De um lado temos um governo socialista, nominalmente de esquerda, que se notabilizou pela forma como impôs políticas de direita. O seu grande adversário é um partido de direita que se propõe reverter as políticas governamentais, mas sem despertar grande confiança, porque o historial dos seus representantes aponta para políticas igualmente draconianas. Entre as alternativas temos: um partido de esquerda tradicional desfasado no tempo que mal disfarça a sua adaptação a uma sociedade pós-industrial; um partido de esquerda urbana idealista e por isso mesmo talvez pouco fiável em governação; e um partido de direita popularucha que se socorre da cultura de café e do resmungo tipo se eu mandasse é que isto se endireitava, exímio em prometer às cegas, a torto e a direito, entre beijinhos nas feiras e apelos a roçar a extrema direita.

O comum a todos é o namoro que andam a fazer à minha classe profissional. O que só aumenta a desconfiança.

Onde votar, então? Em mais do mesmo? Na velha guarda que se recusa a sair de cena? Nos representantes das utopias da era industrial? Nos bem pensantes mas inexperientes? Ou nos descaradamente desonestos, enriquecidos que fingem ouvir os mais desfavorecidos?

Restam sempre os pequenos partidos...