quinta-feira, 20 de agosto de 2009

As Estrelas São Dos Homens



James Blish (1997). As Estrelas São Dos Homens. Lisboa: Livros do Brasil.
Library Thing | They Shall Have Stars

Publicada originalmente em 1957 sob o título They Shall Have Stars, este é um livro que representa o início de algo mais alargado. Prelúdio da série Cities In Flight, é uma obra que delineia enredos e aponta futuras direcções, embora se conclua em si mesma com um final um pouco amargo.

2018 é um ano de viragem para a humanidade. Enquanto a dualidade da guerra fria dura (falamos de uma livro escrito no final dos anos 50) um alto responsável americano conspira para que o desenvolvimento científico leve a espécie humana para lá dos limites do sistema solar. Investindo em tecnologias médicas de prolongamento da vida e na pesquisa anti-gravitacional, consegue que seja desenvolvido o seu sonho: permitir que humanos imortais viagem por entre as estrelas em naves superlumínicas. Numa américa estrangulada pelo poder das agências de segurança, esta conspiração constitui alta traição e o alto responsável paga com a sua vida. Mas antes consegue abrir o caminho para que um piloto militar, a filha de um cientista, e dois pesquisadores de um projecto de mega-ciência em Júpiter partam para as estrelas. Tudo o resto se desenvolverá nos próximos livros.

O carácter introdutório desta obra leva-a a perder um pouco enquanto romance de FC. Assenta em curiosas reflexões, algumas estranhamente prescientes - a perda de interesse na exploração espacial e a noção que o estreitar das liberdades e garantias nas sociedades livres em resposta a ameaças externas implica que o inimigo venceu ao conseguir transformar a sociedade que atacou. Não sendo uma obra fundamental, é uma leitura com alguns méritos.