domingo, 21 de junho de 2009

Hack/Slash



Hack/Slash

Cassie Hack foi uma criança traumatizada. Quando andava na escola era perseguida pelos colegas até que estes começaram a desaparecer misteriosamente. Cozinheira do refeitório da escola e protectora da filhota, a mãe de Cassie é a responsável pelo desaparecimento das crianças. Descoberta, suicida-se enfiando a cabeça numa panela de sopa a ferver, mas regressa a vida como uma Slasher - uma assassina sobrenatural de faca afiada. Cassie destrói o monstro em que a sua mãe se transformou e decide dedicar a vida a caçar e eliminar Slashers.

Cassie é ajudada por Vlad, um homem deformado que usa constantemente uma máscara anti-gás para esconder um rosto assustador. Vlad foi abandonado enquanto bébé num caixote de lixo, e recolhido por um bondoso mas solitário talhante que o criou numa cave, ensinando-lhe o mundo através da leitura de comics. Juntos, Cassie e Vlad percorrem a américa em busca dos mais violentos assassinos especializados em lâminas afiadas.

É esta a premissa de Hack/Slash, o mais divertido e inovador comic do género de terror a surgir nos últimos tempos. Normalmente, este género divide-se entre revivalismos mais ou menos medíocres de personagens cinematográficas ou de banda desenhada clássica (entre outros, Vampirella, apesar da recente reinvenção em estilo manga), comics a cruzar linguagem similar à de edgar allan poe com a estética gótica em elegantes glorificações das trevas (vem à mente a Death de Neil Gaiman mas o estilo está na moda e legível em comics como Lenore ou Wulf and Batsy), ou personagens torturadas que percorrem o mundo em aventuras ocultas (das quais John Constantine: Hellblazer é o exemplo acabado).

Criado por Tim Seeley, Hack/Slash rompe com estes moldes remisturando todos os elementos do género. Cassie é uma heroína gótica sensual, Vlad um monstro simpático, e as suas aventuras são... desvarios criativos que brincam com todos os clichés do terror, com um pendor particular para homenagear o género Slasher de filmes como Halloween ou Friday 13th. Aqueles filmes de terror dos anos oitenta, repetidos em inúmeras sequelas, que preencheram muitas tardes ou noites de cinema em VHS.

A caça aos monstros está aberta, e Hack/Slash brinda-nos com animais de estimação zombies, alienígenas inspirados nos mitos de Cthulhu, vampiras lésbicas, brinquedos assassinos, reanimadores com o seu soro capaz de arrancar cadáveres das garras da morte, bloggers possuídos, padres-fantasma assassinos ou fãs de comics que assassinam argumentistas de banda desenhada para manterem a pureza dos seus personagens favoritos.