"This excellent foppery of the world, that, when we are sick in fortune - often the surfeit of our own behaviour - we make guilty of our disasters the Sun, Moon and the stars, as if we were villains by necessity, fools by heavenly compulsion, knaves, thieves, and treachers by spherical predominance, drunkards, liars, and adulterers by an enforced obedience of planetary influence; and all that we are evil in, by a divine thrusting on"
Assim escreveu Shakespeare sobre as loucuras da astrologia em King Lear. Mas creio que a citação vai um pouco mais longe, vai até ao vício da alma humana em atribuir os nossos falhanços, as nossas desilusões, os nossos erros e os nossos crimes a causas externas.
Não, nós não somos maus, nós não erramos, não falhamos por falta de esforço ou preparação. Foram os deuses que nos pregaram partidas, os demónios que nos prejudicaram, o destino que nos tramou. É fácil pensar assim. Difícil é criar o nosso destino, não acreditar que influências de estranhos mitos têm mais poder sobre nós do que nós próprios.
À parvoice das astrologias eu juntaria o absurdo da religião, exímia em "libertar" a alma humana do fardo do pensamento livre. Até quando, irão durar estas idiotices milenares?