sábado, 28 de julho de 2007

... in progress ...



Mais um Stearman PT-17, desta vez noutro ponto de vista. Observa-se que o desenho está um pouco inacabado. É esse o objectivo. Desta vez, em vez de mostrar o produto final, mostro o trabalho em progresso, com alguns dos meus truques.

Em primeiro lugar, traço, manualmente com o rato, as formas do objecto a partir de uma referência fotográfica. A referência fotográfica serve para dar mais precisão quer em termos de formas quer em termos de perspectiva. Utilizo a pen tool do Corel Draw para isso.

Fica um amontoado confuso de linhas. Selecciono tudo, combino todas as linhas numa forma (comando combine ou ctrl+l) e selecciono todos os nós de linha com a ferramenta shape. Converto todas as linhas para curvas, deixando os nós em cúspide. Quebro a curva, voltando a ficar com um amontoado de linhas, com o comando ctrl+k.

Resta o trabalho de formiguinha. Primeiro lugar, garantir uma paleta (aquelas formas que estão por debaixo do avião). Assim asseguro-me que estou a utilizar os tons certos em todas as formas. Depois, é trabalhar linha a linha - novamente ferramenta shape, para suavizar nós, eliminar o que não interessa e limar o mais possível a forma; depois, atribuir a cor base, o tom mais escuro (combinando o eyedropper com o balde de tinta), duplicar a forma, atribuir tom intermédio, aplicar gradiente para criar a ilusão de volume, duplicar novamente a forma, atribuir tom claro, acertar o gradiente, e se ainda for preciso duplicar novamente a forma, atribuir tom branco, e manipular o gradiente para dar a ilusão de brilho. Agrupar tudo. Pegar noutra curva e repetir o processo. No final, basta, utilizando o docker object manager do Corel, definir a ordem e posicionamento das formas em relação às outras (o que está à frente ou atrás do quê.

É um trabalho de paciência que me dá muito gozo. Tempo mínimo para um desenho destes são duas horas, bem passadas com a combinação entre rock clássico (deep purple, hawkwind, doors), música clássica (luís de freitas branco, bach), blues (billie holiday, r. l. burnstein, nina simone), jazz (miles davis, stan getz), música contemporânea (iannis xenakis, krysztof penderecki) e um whiskyzinho de 12 anos se a minha namorada não estiver a ver, ou então uma cervejinha se estiver mais calor.

A vida, há que saber vivê-la com estilo.