quarta-feira, 9 de maio de 2007

Resmungo

Vou ser chatinho: já visitaram os Pequenos Artistas? Desculpem a insistência, mas passei a tarde numa reunião de projectos TIC e a reunião foi iniciada com uma apresentação do projecto Artist@s digitais. Claro que irei inscrever os meus alunos. Mas calei-me, encolhi-me na cadeira e não divulguei o endereço da página dos meus alunos... porque os formadores, de largo sorriso aberto, mostravam isto como exemplo dos trabalhos publicados. Trabalhos em MS Paint. Paint? Ah, mentes tacanhas dos meus colegas, que se julgam pós-modernos por colocarem os miúdos à frente do computador e deixá-los desenhar nessa epítome do software de desenho que é o Paint. Enfim, não é que o Paint seja de todo inutil: se se pesquisar o Deviant Art descobre-se que o Paint permite fazer coisas como estas ou estas.

Ser professor moderno, conhecedor de novas tecnologias, significa muito mais do que fazer chover computadores na sala de aula. É preciso saber pensar. E para isso é preciso ultrapassar a tacanhice medíocre da teoria pedagógica, que tem sido o grande travão à evolução do ensino em portugal. Basta estar de olhos muito bem abertos.

Estas palavras são uma heresia? São, se se acreditar piamente na filosofia por detrás da formação de professores que, por exemplo, me formou a mim (e a todos os professores da minha geração) com uma mais do que sólida formação psicopedagógica, com enorme ênfase na teoria pedagógica e psicológia, e... uma nula formação científica na àrea de ensino. A teoria postula apenas que se ensine a ensinar, não que se ensine o que ensinar.

(Pronto. Resmungo feito. Momento de grande convencimento pessoal. Já passou.)