sábado, 3 de fevereiro de 2007

Leituras

BBC | Humans blamed for climate change O Intergovernmental Panel on Climate Change chegou finalmente à conclusão que a actividade humana é o principal factor responsável pelo aquecimento global e correspondentes mudanças climatéricas. À primeira vista, apetece dizer "brilhante conclusão, há mais de vinte anos que a comunidade científica nos avisa precisamente disso". Mas observemos com mais atenção: a conjuntura está favorável a um necessário alarmismo para obrigar os governos e as entidades económicas a tomarem medidas que já tardam. Tal como o inverno nuclear assustou de tal forma a geração que viveu debaixo dos mísseis nucleares prontos a destruir o planeta em nome de divergências políticas que a obrigou a tomar medidas que contivessem o perigo nuclear, é este o momento em que a nossa geração terá de enfrentar a sua ameaça civilizacional. O impacto do aquecimento global é já inevitável, mas ainda vamos a tempo para minorar a ameaça que paira sobre nós. Depende de todos o esforço de trabalhar em conjunto para assegurar um futuro ao nosso planeta, e à nossa civilização (sem parvoíces como espelhos no espaço). Cada cidadão individual pode e deve contribuir, seguindo a famosa política dos três Rs - reutilizar, reciclar, reduzir, especialmente no que respeita ao consumo de energia - uso mais responsável da energia eléctrica, lutar para que no dia a dia a dependência dos combustíveis fósseis diminua através da utilização de transportes públicos ou aquisição de veículos com motorizações híbridas ou eléctricas, acções que passam por actos tão simples como deixar de usar lâmpadas de filamento, largar o hábito de deixar o televisor em standby ou fazer aquela viagem de comboio em vez de avião. Quanto aos governos, cabe-lhes promulgar legislação que promova o uso responsável dos recursos naturais e que forçe a mão invisível do mercado a, literalmente, limpar-se - forçando as indústrias a adaptarem medidas e tecnologias menos que diminuam o seu gargantuesco impacto ambiental. É um processo lento, ladeado de coros que refilam dizendo que as legislações ambientais são promotoras de desemprego - não o são, como se comprova pelas novíssimas indústrias da energia eólica, são é promotoras de um sensível diminuir dos lucros obscenos a que as grandes empresas já se habituaram. A ameaça é global, e civilizacional. Nenhum pai se esforçaria por estragar a vida aos seus filhos; está na hora de assegurar-mos um futuro aos nossos descendentes.

Correio da Mannhã | Portugal pode fabricar carros chineses Por entre as brumas orientais da visita do governo português às terra chinesas, nem tudo são calinadas ministeriais. Começa a desenhar-se a possibilidade de as empresas chinesas do ramo automóvel utilizarem Portugal como porta de entrada para o mercado europeu, construindo veículos em Portugal para perderem a imagem de tecnologia de segunda categoria geralmente associada aos produtos chineses. Quanto ao impacto económico de uma iniciativa destas nos mercados, pensem no seguinte - em média, um veículo chinês a ser vendido em Portugal custará metade do preço de um veículo da mesma gama dos restantes construtores automóveis, mesmo contabilizando o nada barato imposto automóvel português.

TSF | Influência ao voto investigada em várias escolas Esta notícia saída da DREL não surpreende. O caso mais grave passou-se em Setúbal, onde as crianças de quatro infantários geridos por uma instituição ligada à igreja católica levaram para casa panfletos a exortar os pais a votar não no referendo de dia 11 de fevereiro. Suspeitam-se de outras situações, mais pontuais, noutras escolas. Pois é, a padralhada anda a mexer-se...

Futurismic | R.P.M. Já há muito tempo que não lia algo tão ballardiano como este conto. As ideias de Baudrillard sobre a sociedade do espectáculo são levadas à guerrilha terrorista no nosso futuro digital por Chris Nakashima-Brown neste vibrante conto. "There’s a revolution every minute. That’s what fuels the machine—the human energy we burn faster than all the oil in ANWR. Every time a guy starts a company, launches a product, forms a band, breaks the speed limit, lies to his boss, places a fresh TV ad, criticizes the government. And as fast as they sprout, the system absorbs them like a gargantuan amoeba, putting their creative energy toward the greater good. Rebel rock n’ roll always realizes its inner commercial."