Uma das constantes da escola é a guerra entre professores e alunos. Os professores, quando foram alunos, tentavam de todas as maneiras sabotar a entediante normalidade da aula e quebrar a rotina. Tudo valia, desde as clássicas bolinhas de papel sopradas através de zarabatans improvisadas até, num momento memorável, decorar as paredes da sala de aula com fruta esmagada. Como costumo dizer aos meus alunos, de aquilo que eles sabem já eu me esqueci. Tal como aquilo que eu sabia quando era aluno e que os meus professores já haviam esquecido. É uma das constantes da história da educação.
E quando tudo o resto falhava havia sempre o bilhetinho para ir conversado e assim passar o tédio da aula.
Esta manhã confisquei um desses bilhetinhos na sala de aula. Antes de o destruir, o clássico gesto do professor, dei-lhe uma vista de olhos. Uma expressão logo saltou à vista. Os petizes escreveram no bom e velho bilhetinho "quem é que está na net papel?"
Isso mesmo. Era um chat sobre papel.