sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Leituras

BBC | NASA names new spacecraft "Orion" O CEV, acrónimo utilitário de crew exploration vehicle, já tem um nome mais inspirador. As naves que se espera que revitalizem a exploração espacial após décadas de meros voos orbitais do space shuttle terão o nome de Orion - o caçador nas estrelas (se não me falha a mitologia). Os lançadores que colocarão em órbita quer o CEV-Orion quer os módulos de carga também já têm nome - são os Ares I e Ares V, respectivamente. Sendo Ares o nome grego para o romano Marte, será isto indicador de uma mais séria esperança no velho sonho de explorar Marte? Esta é uma notícia que nos faz olhar um pouco mais além, para a lua e para as Plêiades, nestes dias em que o número de planetas se tornou mais curto.

Correio da Manhã | Diários on-line conquistam portugueses Não há nada como ler artigos sobre a crescente popularidade dos blogs, mesmo sendo artigos sobre a blogoesfera portuguesa que assentam em dados sobre o crescimento exponencial dos blogs do lado de lá do atlântico - mas também, jornalismo cuidado nunca foi apanágio do Correio da Manhã, jornal mais à vontade em crimes de faca e alguidar do que em análises bem fundamentadas. Por outro lado, é o único jornal português que mantém uma página acessível para pda's.

Guardian | Wal-Mart may just be too american to succeed globally E ainda bem. A Wal-Mart, mega-corporação norte americana cujos cinco dententores figura entre a lista dos dez mais ricos americanos (o tipo de riqueza que faz Creso parecer um mísero pobretanas), é bem conhecida pelas suas prácticas empresariais danosas. Na Wal-Mart, pequenos detalhes como segurança social, pagamento de horas extraordinárias e protecção aos funcionários são regularmente esquecidos. Por outro lado, o sindicalismo é activamente desencorajado, chegando ao ponto de fechar lojas onde os empregados começam a mostrar essa veleidade. O impacto na economia global é conhecido - a Wal-Mart beneficia largamente do sistema de manufactura a baixo custo em países de mão de obra barata. O impacto social de um super-centro Wal-Mart na economia das comunidades locais é simplesmente atómico - literalmente, aniquila o pequeno comércio local. O impacto ecológico de um modelo retalhista assente na importação a longas distâncias de bens de baixo custo manufacturados em países sem leis de protecção ambiental e vendido ao público em gigantescas lojas acessíveis apenas por automóvel é também bem conhecido. Para além disto, a Wal-Mart é mais do que um fenómeno americano - epítome da globalização, a empresa opera cadeias de supermercados de baixo custo em mais de quinze países. Mas as rachas começam a aparecer nas fundações da empresa, graças a uma improvável aliança entre preços altos de combustíveis, uma consciência social mais apurada que se revolta contra a exploração laboral e o desperezo pelos direitos laborais, uma consciência ecológica atenta às caras consequências dos produtos baratos, e às movimentações de comunidades que não querem ver as suas texturas sociais aniquiladas por mais uma super-loja. Em países que levam os direitos laborais mais a sério do que nos paraísos ultra-liberais, a empresa está a retirar-se.

Flurb Rudy Rucker, matemático das altas esferas fractais e autor da mais surreal ficção científica, lançou um webzine dedicado à mais recente FC. O primeiro número já está online, com contribuições de Marc Laidlaw, Terry Bisson, Richard Kadrey, John Shirley e Paul di Filippo. No adjectivo de Rucker, gnarly!