Acabei de assistir na minha escola a uma demonstração da utilização do nosso mais recente brinquedo pedagógico e... fiquei absolutamente fascinado, mesmerizado, apaixonado, mesmo. O utensílio em questão é um dos famosos smartboards, aqueles quadros virtuais que permitem fazer no quadro, perante os alunos, tudo aquilo que se faz num computador. O sistema é interessante - é necessário um computador, o quadro própriamente dito, que não passa de um ecrã de projecção sensível ao toque, e um projector. A demonstração cobriu os aspectos essenciais do uso do quadro, que são bastante básicos mas divertidos - o escrever no ecrã, utilizar animações e imagens, escrevendo ou desenhado sobre elas, aumentar ou diminuir imagens, sublinhar, enfim, fazer tudo o que fazíamos com os quadros de ardósia e com os projectores de acetatos, mas num passo muito mais à frente. Só estes aspectos primários já dão pano para mangas.
Mas há a possibilidade de passos ainda mais à frente. Se a utilização do software do quadro inteligente permite a um professor explanar conteúdos de forma mais eficiente, a capacidade do quadro de funcionar como tela/monitor é muito mais fascinante. Ao ver o formador a escrever e desenhar sobre o quadro virtual, imaginei uma tela, com ferramentas de desenho, numa forma de pintura virtual em que os gestos de desenhar e pintar frente à tela tivessem a correspondência digital. Imaginem-se a trabalhar no Photoshop, no Painter ou no Corel desta maneira - em vez de estarem sentados frente ao monitor, de pé, tocando no ecrã para criar imagens.
Não é uma aplicação muito educativa, podem pensar, mas imaginem um pouco mais: imaginem uma sala equipada com um quadro destes por aluno, e logo imaginam um atelier de artes digitais que nos retira da frente do computador, sem que este deixe de estar presente, e que nos deixa criar intuitivamente.
Claro está que vou planificar actividades da minha disciplina que impliquem o uso do SmartBoard pelos alunos. Como a minha clássica actividade do estudo da letra via Photoshop - em vez de ter os alunos isolados frente ao computador, todos juntos a desenhar no grande ecrã. Porque se o Smartboard fascina por permitir explicar melhor, basta olhar com atenção porque permite muito mais - permite ser uma tela virtual, onde podemos com as nossas próprias mãos projectar o nosso trabalho.
(E tenho que ter um cá para casa!!!)