quinta-feira, 13 de julho de 2006
Mundo Submerso
Para mim, a beleza residente nestas imagens que capturo está na sua fugacidade. O local é sempre o mesmo - as rochas entre a praia do forte e a praia de mil regos, aqui na ericeira, nos momentos de maré baixa. Repetir inúmeras fotografias sempre no mesmo local pode parecer entediante e até ridículo, mas há um pormenor que escapa aos olhos: nunca ficam duas fotos iguais. As mudanças minuciosas dos ventos e das marés, da erosão, da dinâmica dos seres vivos e o constante cinzelar da rocha pelas ondas introduz variações. Os buracos nas rochas, fervilhantes de vida minúscula, nunca são exactamente iguais de um dia para o outro. É este o admirável desfile da vida, fugaz e efémero, que em tento desajeitadamente em vão capturar com os meus patéticos dotes artísticos.
De nada!. Eu é que agradeço pelo brilhantismo do livro. Fazia tempo que não lia material tão interessante.
É oficial. Estou de férias. Quem me quiser que me procure no areal, entre as rochas. Sou aquele que está obsessivamente curvado em busca de conchas minúsculas com uma cadela irritante a latir.