quinta-feira, 1 de junho de 2006

Leituras

Guardian | The wages of chaos A situação caótica que se vive na Somália, um estado perfeitamente falhado à merçê de milícias de senhores da guerra, já dura há mais de uma década. Nenhuma das tentativas de resolução do conflito tem resultado. Ficou até tristemente famosa a intervenção americana em Mogadisciu, a capital em ruínas do país. Agora que a violência regressou em força a um país que esteve sempre em guerra civil, importa perguntar o porquê de tudo isto. A resposta é simples: lucro. Um senhor da guerra menor, que controle alguns checkpoints numa qualquer terreola somali lucra em média quatro milhões de dólares por ano ao cobrar direitos de passagem sobre pedaços de terra que controla.

Spiked | Brad, Angelina and the rise of 'celebrity colonialism' Imaginem que vivem num país em que, subitamente, o acesso a certas regiões é proibido, os jornalistas estrangeiros são expulsos e os jornalistas locais são violentamente persuadidos a ignorar certos assuntos. Será uma ditadura sangrenta, daquelas típicas do terceiro mundo, ocupada a oprimir violentamente os seus cidadãos? Não, trata-se da Namíbia, que teve o azar de ser o país escolhido para o nascimento da filha de Brad Pitt e Angelina Jolie. O casal, que chegou à Namíbia em busca de sossego, obrigou o governo local a adoptar medidas especiais típicas de um estado totalitário dos mais violentos. O governo namibiano chegou mesmo a decretar uma zona de exclusão aérea sobre a região onde o todo-poderoso casal de celebridades se dignou instalar - zona essa que tem sido respeitada, uma vez que não se tem ouvido falar de avionetas carregadas de paparazzis que caem em chamas, abatidas em valoroso combate por caças da força aérea namibiana. Sem querer entrar aqui nas confusões cor de rosa típicas de quem fala de gente célebre, parece-me talvez imoral que o dinheiro suspenda a liberdade num país, favorecendo uma minoria que usa do seu estatuto para que nada lhe seja negado, mesmo à custa de uma nação.