Então, é hoje? Estamos na data auspiciosa em que o mundo se consumirá num mar de chamas, em que a terra se abrirá para devorar as vãs obras humanas, em que os mares revoltosos cobrirão as terras de àgua fétida que tudo afogará, no mais abjecto dos sofrimentos? É hoje o último dos dias, o dia em que a grande besta caminhará sobre a terra, aniquilando tudo à sua passagem com o seu bafo pestilento? O dia em que as terras se abrirão, e do seu interior rastejarão as legiões cadavéricas dos danados, sedentos de vítimas para aplacar a sua fúria infinita? Pois hoje ele, danado entre os danados, personificação de todo o mal que se precipita de lá das profundezas arcanas onde o espaço-tempo se consome nas trevas eternas, pois ele hoje presidirá ao seu sabbath infernal. Príncipe das mentiras, devorará os seus fiéis acólitos numa orgia animalesca, dando alimento às mais inomináveis bestas do profundo inferno. Príncipe da morte, caminhará por entre as ruínas fumegantes deste que foi o nosso belo lar e que a partir de hoje será o pasto quebradiço dos ossos descarnados, onde nem erva nem animal encontrarão sustento, reino da fome, da doença, da guerra e da morte.
Pois hoje é o seu dia, sexto dia do sexto mês do sexto ano, e hoje o príncipe de todo o mal triunfará sobre este vale de lágrimas. No dia do número da besta, toda a vaidade fenecerá, toda a esperança cederá lugar às lágrimas. Neste dia, a humanidade será o pasto da mais terrificantes feras infernais; neste dia, todos os deuses se ajoelharão perante o poder dele, do cornudo, daquele cujo nome não será pronunciado. Pois está anunciado: ao sexto ano, ao sexto mês, ao sexto dia, esse será o dia do seu maior triunfo. Prostrai-vos e arrependei-vos.
