segunda-feira, 17 de abril de 2006

Elegia da tranquilidade

Requiem pelas micro-férias. Precisamente no momento em que o corpo e a alma se começavam a habituar ao ritmo de uma vida com menores responsabilidades, já está na hora de regressar à rotina diária. Estrada fora, aulas para diante. Aturar a criançada, trabalhar no duro.

Não me liguem. Estes sentimentos desvanecer-se-ão mal iniciar a minha primeira aula - ainda por cima com espírito combativo, que os meus meninos têm de melhorar as desastrosas avaliações do segundo período e terminar o ano em grande. Com dizia Agostinho da Silva, esse filósofo que gostava de passar os dias a alimentar pombos no jardim do príncipe real, o homem não foi feito para trabalhar, mas o trabalho também melhora o homem. Especialmente quando se faz algo de que se gosta. Se não disse isto, disse algo semelhante. Desculpem-me as incorrecções.

Mas trabalho também é rotina, e neste dia de véspera de labores, em que o cérebro tem de meter novas mudanças, mudar de engrenagens, o regresso à rotina parece quase insopurtável.

Que estranha capaciade esta que nós humanos temos, esta vontade de estar sempre descontente.